Recentemente, novas pesquisas revelaram que a vacina contra o HPV, normalmente atribuída a crianças e adolescentes, pode beneficiar também mulheres adultas que já foram infectadas pelo vírus. No Brasil, a imunização está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 9 a 14 anos, mas a inclusão de mulheres adultas no programa pode ser uma porta aberta para proteção adicional.

Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), destaca que mesmo mulheres que já contraíram o HPV estão em risco de novas infecções. Isso se deve à existência de mais de 200 subtipos do HPV, sendo que quatro deles são os principais causadores de cânceres relacionados, como os de colo de útero, ânus e orofaringe. Portanto, mesmo que uma mulher tenha já sido infectada por um subtipo, a vacina pode imunizá-la contra outros.

Além disso, Mônica observa que mudanças comportamentais na sociedade brasileira, tais como o aumento do número de divórcios e a maior quantidade de parceiros sexuais ao longo da vida, elevam o risco de novas infecções por HPV entre as mulheres. Estudos indicam que a vacina é eficaz não apenas na prevenção, mas também na redução das chances de recidiva em quem já tratou lesões causadas pelo HPV.

A situação é ainda mais promissora em países vizinhos. Por exemplo, o Uruguai se tornou o primeiro país nas Américas a oferecer a vacina gratuitamente para pessoas que já apresentaram lesões. Essa iniciativa recente foi anunciada pelo Ministério da Saúde uruguaio.

A pesquisa aponta que a prevalência de infecções persistentes por HPV aumenta com a idade. A eficácia da vacina, já comprovada em mulheres de 27 a 45 anos, pode durar pelo menos uma década, proporcionando uma camada extra de proteção para as mulheres. Assim, é cada vez mais evidente que a imunização contra o HPV é segura e eficaz também para mulheres em idade mais avançada.

Portanto, as evidências sugerem que mulheres adultas não devem ignorar a vacina contra o HPV. Este passo não só previne novas infecções, mas também protege contra recidivas após o tratamento de lesões. Informar-se e buscar a vacinação é uma atitude crucial para a saúde da mulher.