Você costuma tirar um cochilinho à tarde? Atenção: isso pode ser um sinal de demência!
2024-11-13
Autor: Gabriel
Um novo estudo revelou que aqueles que sentem sonolência diurna excessiva têm um risco 3,3 vezes maior de desenvolver a Síndrome REM do Comportamento (SRCM), uma condição que pode ser um precursor da demência. Após três anos de acompanhamento, 36 dos participantes do estudo já haviam desenvolvido a síndrome. Embora o sono prolongado não pareça aumentar significativamente o risco, a sonolência durante o dia se destacou como um dos principais fatores de alerta.
Surpreendentemente, entre os participantes que relataram sonolência diurna excessiva e falta de entusiasmo, 35,5% acabaram desenvolvendo a síndrome, em comparação com apenas 6,7% dos que não sentiram tanto sono.
A relação entre sono e demência não é uma novidade. Diversos estudos anteriores já mostraram que a qualidade do sono está diretamente ligada ao risco de demência. Um estudo de 2021 indicou que indivíduos que dormem menos de cinco horas por noite têm um risco aumentado de desenvolver a doença. Outro levantamento, também realizado em 2021, apontou que dormir seis horas ou menos por noite aumenta em 30% o risco de demência em 30 anos, em relação aos que dormem sete horas ou mais.
No entanto, especialistas alertam que o estudo possui suas limitações. Segundo Tara Spires-Jones, professora de neurodegeneração da Universidade de Edimburgo, os dados de sono foram relatados pelos próprios participantes e podem estar enviesados devido a problemas de memória. Além disso, a pesquisa envolveu um grupo majoritariamente branco e pequeno, o que pode influenciar a generalização dos resultados.
Os autores do estudo reconhecem que o acompanhamento de três anos é um período curto, e a SRCM foi identificada apenas recentemente, o que torna a busca por biomarcadores definitivos um desafio. Os cientistas ainda investigam como essa síndrome pode impactar a saúde global dos pacientes.
Outra questão intrigante é a relação de causa e consequência entre o sono e a demência. Embora estudos anteriores tenham mostrado uma acumulação de proteínas associadas à doença de Alzheimer em indivíduos que apresentam má qualidade de sono, as mudanças patológicas no cérebro também podem impactar a qualidade do sono. Além disso, a dinâmica do sono em pessoas idosas geralmente é mais complicada, o que pode contribuir ainda mais para essa questão.
Embora não haja uma fórmula mágica para evitar a demência, existem algumas medidas que podem ser adotadas para tentar reduzir os riscos associados. Manter uma rotina de sono saudável, evitar álcool e nicotine, além de manter-se intelectualmente ativo e socialmente engajado, pode ser um bom começo. Fique atento aos sinais do seu corpo e converse com um médico se notar alterações significativas no seu padrão de sono.