Saúde

Vitória de Donald Trump faz disparar as vendas da pílula do dia seguinte nos EUA; entenda

2024-11-14

Autor: Matheus

A reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos resultou em um aumento extraordinário na demanda por medicamentos anticoncepcionais de emergência, revelando a crescente preocupação com os direitos reprodutivos no país. Segundo uma reportagem da CBS News, desde o anúncio de sua vitória, tanto provedores de saúde quanto varejistas online observaram uma elevação significativa nas vendas desses produtos, especialmente em estados que impuseram restrições ao aborto.

Um exemplo chocante vem da Winx Health, anteriormente conhecida como Stix, que experimentou um aumento impressionante de 966% nas vendas da sua pílula do dia seguinte chamada Restart nas primeiras 60 horas após a eleição, em comparação com a semana anterior. O levonorgestrel, princípio ativo dessa pílula, é amplamente utilizado em todo o mundo, mas a quantidade adquirida nos Estados Unidos, especificamente, subiu de forma alarmante.

Além disso, a Wisp, uma plataforma de telemedicina voltada para a saúde reprodutiva, reportou um crescimento ainda mais surpreendente de 1.000% nas vendas de contraceptivos de emergência entre os dias 5 e 6 de novembro. Monica Cepak, CEO da Wisp, destacou que esses aumentos foram especialmente marcantes em estados que possuem leis restritivas sobre o aborto, como Texas, Alabama e Indiana.

No dia 5 de novembro, além da eleição de Trump, votações também ocorreram em 10 estados para decidir se o direito ao aborto deveria ser garantido em suas constituições estaduais. Veja como ficou cada estado:

Resultados das votações sobre o aborto em 10 estados

- **Arizona**: Aprovação da Proposição 139, que estabelece o direito ao aborto até a viabilidade fetal, cerca de 23 a 24 semanas, com exceções para casos que coloquem a vida ou a saúde mental da mãe em risco.

- **Colorado**: Aprovada uma iniciativa para incluir a proteção ao direito ao aborto na constituição estadual, sem limite gestacional para o procedimento.

- **Dakota do Sul**: Eleitores rejeitaram uma proposta para proteger o aborto no primeiro trimestre; a lei estadual permite o aborto apenas em situações onde a vida da mãe está em risco.

- **Flórida**: A lei restritiva conhecida como Lei do Batimento Cardíaco permanece, proibindo o aborto após a sexta semana, apesar da tentativa de emenda que buscava invalidá-la.

- **Maryland**: Aprovada emenda que consagra a liberdade reprodutiva como um direito constitucional, garantindo o direito de decidir sobre a gravidez.

- **Missouri**: Iniciativa para reverter a proibição quase total do aborto foi aprovada, estabelecendo uma garantia constitucional de direitos reprodutivos.

- **Montana**: Aprovada emenda que inclui o direito de decisões sobre gravidezes, com condições específicas para o aborto.

- **Nebraska**: Votantes apoiaram uma proposta que mantém as restrições atuais, permitindo o aborto apenas nas primeiras 12 semanas.

- **Nevada**: Eleitores decidiram proteger o direito ao aborto até a viabilidade fetal, com exceções para casos onde a vida da mãe está em risco.

- **Nova York**: Aprovada a Proposição 1 para expandir a Emenda de Direitos Iguais, proibindo a discriminação relacionada a resultados de gravidez, garantindo acesso a serviços de saúde reprodutiva e protegendo o direito ao aborto.

Esses dados revelam não só as reações imediatas à reeleição de Trump, mas também um cenário tenso e polarizado em relação aos direitos reprodutivos nos EUA. À medida que a conversa sobre esses tópicos avança, muitos se perguntam: qual será o futuro dos direitos reprodutivos em um país tão dividido?