Um leilão polêmico: consórcio 'Novas Escolas Oeste SP' vence por R$ 3,38 bilhões
2024-10-29
Autor: Julia
Na manhã desta terça-feira (29), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), presenciou um evento que promete agitar os rumos da educação no estado. O leilão do primeiro lote da parceria público-privada (PPP) para a construção e manutenção de escolas estaduais, realizado na sede da B3, arrecadou a impressionante quantia de R$ 3,38 bilhões.
O consórcio vencedor, Novas Escolas Oeste SP, liderado pela Engeform Engenharia LTDA, apresentou a proposta mais vantajosa, com um desconto de 21,43% sobre o valor de referência de R$ 15,8 milhões mensais. Assim, o governo pagará R$ 11,9 milhões por mês pelo projeto, que inclui a construção de 17 escolas e a gestão de 462 salas de aula, totalizando 17.160 vagas para estudantes.
O planejamento prevê que as obras sejam entregues em duas etapas: a primeira metade em 2026 e a segunda em 2027. O consórcio também tem a responsabilidade de oferecer infraestrutura moderna, laboratório, alimentação, internet e segurança para as unidades escolares – mas as atividades pedagógicas continuarão sob a supervisão da Secretaria da Educação do estado.
As novas escolas serão distribuídas em cidades estratégicas do interior paulista, como Campinas, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, tornando a educação mais acessível em regiões carentes. Essa iniciativa faz parte de um projeto maior que visa a construção de 33 novas unidades educacionais em São Paulo.
Contudo, essa privatização não passou sem controvérsias. Do lado de fora da B3, manifestantes se uniram em protesto contra a privatização das escolas públicas, levantando faixas que expressavam seu descontentamento com a decisão da atual gestão. A Polícia Militar foi chamada para manter a ordem e evitar possíveis tumultos durante o leilão.
O projeto de privatização de escolas públicas é apenas uma das várias medidas que a gestão de Tarcísio de Freitas implementou, seguindo o caminho já traçado com a privatização de serviços como a EMAE e a Sabesp. Com críticas e apoio, a proposta divide opiniões entre especialistas em educação e a população.
Enquanto isso, a expectativa cresce em torno do próximo lote, programado para ser leiloado no dia 4 de novembro, que deve envolver a construção de mais 16 escolas e 476 novas salas de aula, ampliando ainda mais as oportunidades educacionais no estado. A estrutura proposta busca criar ambientes de estudo modernos e integrados, pautados pela inovação e tecnologia.
A pergunta que fica é: quais serão os reais impactos dessa privatização na qualidade da educação pública no Brasil? O tempo dirá se esta medida será um passo para o progresso ou se abrirá portas para uma série de desafios a serem enfrentados.