Em uma reviravolta dramática que pôs fim a uma era de exploração espacial, a NASA anunciou em agosto o encerramento da bem-sucedida missão da sonda NEOWISE, que operou por quase 15 anos e detectou mais de 3 mil objetos próximos à Terra.

Na noite de sexta-feira (1), após três meses do comando de desligamento, a sonda reentrou na atmosfera terrestre e foi incinerada conforme o planejado — um desfecho que foi confirmado pela NASA em um comunicado no X (antigo Twitter) no sábado (2). Uma pergunta que fica no ar: qual o impacto disso para nossa segurança planetária?

Apesar do adeus ao NEOWISE, a NASA não para. A agência espacial mantém a busca por asteroides utilizando uma rede de telescópios em solo, e já planeja o lançamento de um novo telescópio espacial para intensificar essa missão primordial.

Originalmente lançado como WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer) em dezembro de 2009, a sonda foi projetada para observar o cosmos em comprimentos de onda infravermelhos, capturando imagens de estruturas que o olho humano não pode ver. Durante mais de um ano, o WISE fez descobertas espetaculares, incluindo a identificação de galáxias ultra-brilhantes e milhares de buracos negros escondidos.

Embora a sonda não tenha sido concebida especificamente para a caça a asteroides, a missão foi redirecionada em 2013, quando se rebatizou para NEOWISE. Essa nova fase provou ser um grande sucesso, com Amy Mainzer, a investigadora principal da missão, destacando em uma entrevista ao site Space.com em 2019 que a sonda foi “extremamente eficaz em detectar asteroides”.

Joseph Hunt, o último gerente de projeto da NEOWISE, afirmou com orgulho que a missão superou todas as expectativas, deixando um legado de dados valiosos que serão utilizados pela comunidade científica por décadas.

Mas o que levou ao fim da NEOWISE? De acordo com a NASA, a destruição da sonda ocorreu durante o máximo solar, uma fase de intensa atividade solar que ocorre a cada 11 anos. Esse período é caracterizado por um aumento significativo em erupções solares e ejeções de massa coronal (CME), causando o aquecimento e a expansão da atmosfera terrestre. Em sua órbita baixa e com o sistema de propulsão desativado, a NEOWISE não conseguiu resistir a essa pressão.

O futuro da busca por asteroides está se aproximando, entretanto! Em 2027, a NASA deve lançar o NEO Surveyor, o primeiro telescópio espacial projetado especificamente para a identificação de asteroides próximos em comprimentos de onda infravermelhos. Esse projeto ambicioso promete aumentar a capacidade da NASA de proteger nosso planeta, com detecções mais amplas e precisas de objetos que possam representar uma ameaça à Terra.

A corrida pela segurança planetária está apenas começando, e a comunidade científica está ansiosa pelas novas descobertas que estão por vir!