Gustavo Petro Intensifica Conflito com os EUA em Carta a Donald Trump: 'Resisti à Tortura e Resisto a Você'
2025-01-27
Autor: Matheus
Introdução
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, elevou o tom em suas críticas aos Estados Unidos após ameaças do ex-presidente Donald Trump de aumentar tarifas sobre produtos colombianos. Em uma carta contundente divulgada nas redes sociais, Petro expressou que os EUA "não dominarão" os colombianos e que o "bloqueio não assusta" a capital colombiana, Bogotá.
A carta de Petro
No conteúdo da carta, Petro declarou seu descontentamento com o petróleo americano e acusou Trump de estar em uma "ganância" que poderá levar à destruição do mundo. Ele também fez uma comparação histórica, sugerindo que a Casa Branca poderia tentar dar um "golpe de Estado", similar ao que ocorreu em 1973 com o ex-presidente chileno Salvador Allende, mas que isso inevitavelmente falharia, devido à resistência do povo latinoamericano.
Resistência e liberdade
"Com a sua força econômica e arrogância, você pode tentar um golpe como fizeram com Allende. Mas eu morro na minha lei, resisti à tortura e resisto a você. Não quero traficantes de escravos perto da Colômbia; já tivemos muitos e nos libertamos. O que quero ao lado da Colômbia são amantes da liberdade. Se você não puder me acompanhar, eu irei para outro lugar. A Colômbia é o coração do mundo e você não entendeu", escreveu o presidente.
Tensão diplomática
Essas declarações vieram em um momento de tensão diplomática, após Petro rejeitar a oferta de receber dois aviões militares com colombianos deportados dos EUA. Ele enfatizou que os colombianos não devem ser tratados como criminosos, sendo o direito à migração um princípio fundamental do direito internacional. Em resposta, o governo dos EUA ameaçou implementar tarifas de 25% sobre produtos colombianos se as deportações não fossem aceitas.
Acordo entre os governos
Após negociações, os dois governos aparentemente chegaram a um acordo no domingo (26). A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, anunciou que as tarifas e sanções financeiras impostas pelos EUA seriam suspensas temporariamente. Contudo, as sanções de visto contra autoridades colombianas e inspeções alfandegárias mais rigorosas permanecerão em vigor até a chegada do primeiro voo de deportados na Colômbia.
Críticas à política americana
Petro não hesitou em criticar a postura dos EUA, afirmando que eles não apreciam a liberdade dos colombianos e reforçando que seu governo não se "ajoelhará" diante da política americana. Ele advertiu que, caso os EUA imponham tarifas de 50% sobre produtos colombianos, Bogotá tomará ações recíprocas em relação aos produtos dos Estados Unidos.
Cultura e história da Colômbia
"A Colômbia agora deixa de olhar para o Norte e começa a olhar para o mundo. Nosso sangue é herdeiro da civilização do Califado de Córdova, dos romanos latinos e das raízes africanas em nossa cultura. A Colômbia foi o primeiro território livre da América, muito antes de Washington", declarou.
Referências históricas
Petro também fez referências a líderes históricos da América Latina, como Simón Bolívar, e pensadores estadunidenses como Noam Chomsky, ressaltando que essas figuras são inspirações para os povos do continente.
Conclusão
O presidente concluiu sua carta afirmando que o "bloqueio não assusta" seu governo e que a Colômbia está aberta ao mundo, disposta a construir a liberdade. "Seu bloqueio não me assusta; porque a Colômbia, além de ser o país da beleza, é o coração do mundo. A partir de agora, a Colômbia está aberta de braços abertos ao mundo, somos construtores de liberdade, vida e humanidade", finalizou.
Contexto das Relações EUA-Colômbia
A tensão entre Colômbia e EUA não é nova. A relação histórica entre os dois países sempre foi marcada por episódios de cooperação e conflito, em especial nas áreas de comércio e políticas de drogas. As declarações de Petro destacam uma nova fase nas relações diplomáticas, refletindo um desejo crescente de autonomia política na América Latina.