![](https://images.maldankon.cloud/7d5ac8ef-e519-45e4-bb6c-c4011e35d6a7.webp)
Deportados do EUA denunciam condições precárias, agressões e motim em Manaus
2025-01-26
Autor: Pedro
Na noite de sábado (25/1), um grupo de brasileiros deportados dos Estados Unidos chegou ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (BH) e trouxe relatos alarmantes sobre as condições em que foram transportados. Segundo os deportados, a aeronave fornecida pelo governo norte-americano estava em estado precário e apresentou sérios problemas técnicos durante o voo, que faz paradas inesperadas, incluindo uma em Panamá.
Kalebe Barbosa Maia, de 28 anos, que passou seis anos nos Estados Unidos e foi preso por seis meses, compartilhou sua experiência traumatizante. "A viagem foi extremamente difícil. A imigração americana nos tratou com total desrespeito. Fomos humilhados", relatou. Ele ainda ressaltou que as algemas não eram retiradas nem mesmo para que os deportados pudessem ir ao banheiro.
Em um momento de desespero, a situação se agravou quando Kalebe e outros passageiros decidiram abrir a porta de emergência da aeronave ao aterrissar em Manaus. "Nós pedimos socorro e fomos agredidos. Mostrei uma marca no meu pescoço", afirmou.
Carlos Vinícius de Jesus, de 29 anos, que ficou preso nos EUA por oito meses, também falou sobre o acolhimento recebido ao chegar em Manaus, mas destacou o uso da força pelos agentes americanos. "Tive que subir na hélice do avião para pedir ajuda. Eles nos disseram que poderiam fechar a porta e nos matar se quisessem", contou, referindo-se ao tratamento desumano que sofreram.
Marcas visíveis
Outro deportado, Mário Henrique Andrade Matheus, de 41 anos, revelou ter marcas vermelhas nos punhos causadas pelas algemas que foram mantidas nele durante a viagem. Ele relatou que, ao chegarem ao Amazonas, os agentes de imigração dos EUA se recusaram a deixá-los desembarcar, mesmo com o ar-condicionado da aeronave desligado, resultando em mal-estar em muitos passageiros, incluindo crianças.
"Ficamos cerca de 48 horas com as algemas. Durante o voo, uma das turbinas apresentou problemas, e por quase três horas estivemos sem ar condicionado, com pessoas desmaiando. Pedimos para sair, mas não permitiram. A tensão cresceu, e acabou havendo resistência por parte dos deportados, causando mais violência dos agentes", disse Mário, visivelmente angustiado.
Mais de um passageiro disse que, ao chegarem em solo brasileiro, houve uma tentativa dos agentes de imigração dos EUA de retirar as algemas antes mesmo do policial brasileiro entrar na aeronave. Entre os tumultos, os deportados conseguiram abrir as portas e descer pela asa do avião, em busca de socorro.
Esses relatos revelam a gravidade da situação dos deportados e chamam a atenção para as condições desumanas enfrentadas durante o processo de repatriação, levantando questionamentos sobre os direitos humanos e o tratamento de brasileiros nas mãos da imigração americana. Essa situação deve ser acompanhada de perto, e os envolvidos buscam não apenas justiça, mas uma mudança nas práticas adotadas pelas autoridades envolvidas.