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Dólar em Queda: A Luta Entre Juros e Fiscalização – O Que Você Precisa Saber!

2024-09-24

Autor: Lucas

Na última quinta-feira, o dólar atingiu uma sequência de sete quedas consecutivas, impulsionado pela expectativa de desvalorização da moeda em relação ao real após o corte de 0,5 ponto percentual na taxa de juros do Federal Reserve e o aumento de 0,25 ponto percentual pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Esse cenário foi amplamente discutido pela agência Ágora, que destacou o aumento contínuo do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, tornando as operações de carry trade extremamente atrativas. O carry trade é uma estratégia onde investidores capitalizam sobre as diferenças nas taxas de juros entre países, influenciando diretamente o câmbio e o preço do dólar.

Os especialistas do mercado acreditam que, nesse contexto, é razoável prever uma valorização do real diante do dólar no médio prazo, principalmente pela injeção de capital estrangeiro interessado nesse diferencial de juros.

No entanto, na sexta-feira e na segunda-feira, o dólar ultrapassou os R$ 5,50, devido à preocupação com a situação fiscal do Brasil. Os investidores ainda estão processando os números do relatório bimestral de receitas e despesas, que revelou um aumento nos gastos não planejados. Na sexta-feira, a moeda norte-americana teve uma alta de 1,78%, e na segunda-feira, subiu 0,25%.

Os analistas destacam que, embora a queda das taxas de juros nos EUA beneficie o real, é imprescindível que a situação fiscal brasileira também melhore. O aumento do risco fiscal pode gerar uma fuga de capitais, revertendo a tendência de valorização do real.

O BTG Pactual enfatiza que o fortalecimento do real, que poderia chegar até R$ 5,00, dependeria de um compromisso firme do governo com o teto de gastos e de ações concretas para controlar os aumentos nas despesas obrigatórias. Além disso, mudanças estruturais no orçamento para 2025, após as eleições municipais, poderiam ser recebidas positivamente pelo mercado.

No último relatório, foi anunciado um corte no congelamento dos gastos, reduzindo o total de R$ 15 bilhões para R$ 13,3 bilhões. Analistas já levantam dúvidas sobre a capacidade do governo de cumprir as metas fiscais, especialmente se a economia desacelerar como esperado, resultando em uma variação nas receitas arrecadadas.

O economista Gino Olivares, da Azimut Brasil Wealth Management, classificou as projeções do governo como "questionáveis" e expressou desconfiança sobre a sustentabilidade das contas públicas. Segundo ele, a credibilidade do Banco Central aumentou com a recente alta da Selic, mas a aversão ao risco persiste, refletindo preocupações contínuas sobre o cenário fiscal.

O economista Marco Maciel, do Banco Fibra, também concorda que a questão fiscal ainda pesa sobre o real, apontando para um prêmio de risco que sugere que a taxa de câmbio poderá variar entre R$ 5,60 e R$ 5,70. Ele acredita que se o BC tivesse optado por uma alta maior na Selic, o câmbio poderia estar em um nível mais favorável, entre R$ 5,40 e R$ 5,50 até o final do ano.

A expectativa é que, com medidas fiscais mais rigorosas e a oração de reformas, o mercado possa, eventualmente, reverter a corrente de aversão ao risco. Fique atento, pois a situação do dólar está longe de ser estável e pode impactar diretamente a sua vida financeira!