A inauguração do G20 Social foi marcada por atrasos e grande confusão na entrada, levantando questões sobre a inclusão da sociedade civil nas discussões que envolvem as maiores economias do mundo. Embora a iniciativa tenha como objetivo ampliar a participação cidadã, muitos representantes da sociedade civil foram impedidos de entrar, gerando descontentamento e discussões acaloradas entre os organizadores e a imprensa, que também enfrentou dificuldades para acessar o local.

O evento aconteceu no Museu do Amanhã, projetado para acomodar 374 pessoas, e teve destaque com discursos de várias figuras públicas. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, foi o primeiro a se pronunciar, expressando gratidão ao presidente Lula por escolher a cidade para sediar o evento. Paes fez uma piada sobre o engajamento da primeira-dama, Janja Lula da Silva, que causou risadas, mas não pareceu agradar por completo a ela.

Janja, durante seu discurso, enfatizou que a presidência brasileira no G20 não foi uma abordagem isolada do governo, mas sim um esforço compartilhado com a sociedade civil. "Essa participação nunca foi tão abrangente na história recente do G20", destacou. A primeira-dama também abordou a importância da igualdade de gênero, lamentando que apenas a Argentina não assinou a resolução do grupo de trabalho sobre empoderamento feminino.

O chanceler Mauro Vieira reforçou que os três eixos priorizados pelo Brasil na presidência do G20 são o combate à fome e pobreza, desenvolvimento sustentável e uma reforma na governança global, essencial para enfrentar os desafios contemporâneos, como conflitos e desigualdades sociais. Ele reiterou a necessidade de mudar a maneira como o mundo é governado, em especial à luz dos conflitos existentes e das crises humanitárias.

Um dos momentos mais esperados foi a revelação do festival Aliança Global Contra a Fome e Pobreza, também conhecido como "Janjapalooza", que ocorrerá na Praça Mauá e promete atrair cerca de 40 mil visitantes por dia com a participação de importantes artistas brasileiros. O festival lembra eventos históricos como o Live Aid e busca arrecadar fundos e engajamento para o fim da fome e da pobreza global.

Além disso, o evento G20 Social está sendo visto como um legado significativo da presidência brasileira, pois pode reformular a dinâmica das reuniões diplomáticas convencionais, que geralmente excluem a voz do povo. Segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Mácio Macedo, se o G20 Social alcançar seu objetivo, isso significará uma mudança duradoura nas práticas de comunicação e inclusão na política global.