Tecnologia

A Revolução dos Notebooks: Como a Qualcomm e a Apple Estão Transformando o Mercado

2024-09-17

Em novembro de 2020, a Apple fez uma mudança radical ao abandonar os processadores Intel, após 14 anos, para implementar seu novo chip, o M1. Essa inovação não só reduziu o consumo de energia, mas também proporcionou uma autonomia impressionante de 14 a 18 horas para os MacBooks, dependendo do modelo. Pela primeira vez, a duração da bateria deixou de ser um problema, revolucionando o uso cotidiano dos computadores.

Entretanto, os MacBooks permanecem inacessíveis para muitos, devido ao seu elevado custo. Além disso, a compatibilidade com softwares para macOS ainda é uma barreira. Apesar da superioridade tecnológica do M1 e de seus sucessores, a Apple ainda detinha apenas 10% do mercado global de laptops em 2023, enquanto PCs continuam a dominar com grande margem. A Intel, até então líder de mercado, precisava inovar para não perder mais espaço.

A Intel respondeu com uma série de melhorias em seus processadores, combinando núcleos de alta performance e núcleos de economia de energia. Apesar disso, a autonomia dos laptops com chips Intel e AMD permaneceu modesta, geralmente alcançando de 7 a 8 horas.

Com a crescente demanda por uma autonomia melhor, fabricantes começaram a explorar a possibilidade de utilizar processadores da Qualcomm. Conhecida por seus chips de smartphone, a Qualcomm trouxe uma arquitetura ARM que, assim como os processadores Apple, oferece uma eficiência energética significativamente maior. No entanto, o cenário no mundo dos laptops ainda era dominado pela arquitetura x86, uma tecnologia robusta e amplamente consolidada, mas que acaba demandando mais energia em comparação com a ARM.

O grande obstáculo para a adoção de chips ARM em laptops sempre foi a falta de compatibilidade com a maioria dos softwares desenvolvidos para arquitetura x86. Vários aplicativos, como os da Adobe e outros programas populares, ainda não estavam adaptados para rodar em ARM, resultando em armazenamento e emulação ineficazes.

Em 2024, tudo isso mudou com o lançamento do chip Snapdragon X pela Qualcomm, projetado para desafiar a supremacia dos chips x86. Com modelos como o Dell Inspiron 14 Plus e o Lenovo Yoga Slim 7x, que chegaram ao Brasil, a autonomia das baterias desses novos laptops rivaliza com a dos MacBooks.

O Inspiron 14 Plus, um modelo premium, oferece uma excelente performance, 16 GB de RAM e um design leve. Também conta com funcionalidades de inteligência artificial, graças à unidade de processamento neural dedicada. No entanto, à medida que os usuários instalam programas, alguns ainda se deparam com limitações na execução de softwares x86, que estão sendo adaptados rapidamente por grandes desenvolvedores como a Adobe.

O Lenovo Yoga Slim 7x, por sua vez, surpreende com sua tela OLED e desempenho superior, mas apresenta uma autonomia um pouco menor, devido ao consumo energético mais elevado da tela.

Embora essas inovações sejam promissoras e entreguem uma autonomia impressionante, o preço continua sendo um desafio. O Inspiron 14 Plus custa cerca de R$ 8.500, enquanto o Yoga Slim 7x está em torno de R$ 10.560, valores bem acima da média de laptops tradicionais.

Entretanto, com a Qualcomm planejando lançar versões mais acessíveis, que custariam entre R$ 6 mil, uma nova era está começando. Após 40 anos de domínio da arquitetura x86, finalmente, as soluções ARM estão prontos para serem levados a sério no mercado de laptops.

Enquanto isso, a Intel não se ficou atrás e está preparando lançamentos de novos processadores Lunar Lake que prometem mais eficiência e poder de IA, juntamente com uma autonomia de bateria aumentada em até 60%. A disputa nas prateleiras de tecnologia está mais acirrada do que nunca, trazendo boas novas para os consumidores que buscam qualidade e desempenho em seus notebooks.