Durante a cerimônia de abertura da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York na última terça-feira (24), a primeira-dama Janja Lula da Silva lançou um poderoso recado ao mundo ao vestir uma jaqueta vermelha com o tradicional bordado palestino, conhecido como Tatreez. Essa escolha é um símbolo de apoio à causa palestina e aos esforços de paz na região.

A jaqueta foi um presente da Embaixada da Palestina no Brasil e representa não apenas um ato de solidariedade, mas também uma exaltação da rica herança cultural palestina. O Tatreez é uma forma de bordado que tem sido transmitida através de gerações de mulheres palestinas, e cada peça carrega significados profundos relacionados à identidade, resistência e luta cultural.

A mensagem de apoio foi reforçada durante o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reafirmou seu compromisso com a causa palestina, saudando a delegação da Palestina presente no evento. "Dirijo-me, em particular, à Delegação Palestina, que pela primeira vez integra esta sessão de abertura, e saúdo a presença do presidente Mahmoud Abbas", declarou Lula, enfatizando a importância da representação palestina na ONU.

Conforme dados recentes divulgados pela emissora Al Jazeera, o conflito em Gaza já resultou em um número alarmante de mortos, com 42.171 palestinos e 1.139 israelenses desde a escalada das tensões. Esse contexto torna a manifestação de apoio da primeira-dama ainda mais significativa.

A tradição do bordado Tatreez, desde suas origens, tem resistido ao tempo, servindo como uma forma de resistência e conexão cultural, especialmente em tempos de crise. Por décadas, mulheres palestinas têm utilizado o bordado como forma de preservar suas histórias e culturas, transformando cada padrão em um símbolo de força e resiliência.

No Instagram, diversas perfis estão dedicados a promover essa técnica, como o de Wafa Ghnaim, historiadora e curadora que trabalha para manter viva a tradição do bordado palestino. Ela é uma das vozes que documentam a importância cultural e histórica deste legado, conectando gerações à história ancestral do povo palestino.

Além de sua importância cultural, o Tatreez também é uma forma de empoderamento econômico para muitas mulheres palestinas, que, ao vender suas criações, encontram uma forma de sustentar suas famílias e promover a cultura palestina no cenário global. Com a crescente popularidade do bordado, ele transcendeu as fronteiras da Palestina, influenciando tendências de moda contemporânea. Designers têm incluído o Tatreez em vestuário e acessórios modernos, mantendo a tradição viva e relevante para novas gerações.

Com gestos como o de Janja, a visibilidade e a valorização do bordado palestino como um símbolo de luta, amor e resistência continua a crescer, provocando reflexões sobre a identidade e a resiliência do povo palestino.