Uma investigação chocante do g1, publicada na última quarta-feira (18), expôs uma situação alarmante: 61 candidatos que aspiram a um cargo nas eleições de 2024 estão sob a mira da Justiça, com mandados de prisão em aberto.

Surpreendentemente, antes do amanhecer daquele dia, todos esses candidatos figuravam no sistema da Justiça Eleitoral como aptos para concorrer. Contudo, nos bastidores, esses mesmos nomes estão registrados no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) como alvos de detenções que não foram cumpridas.

Embora a existência de um mandado de prisão não impeça uma pessoa de se lançar na corrida eleitoral, é crucial ressaltar que, se esses candidatos forem encontrados pela polícia, poderão ser detidos – exceto entre o dia 21 de setembro e o dia 8 de outubro, período que antecipa as eleições.

Como o g1 desvendou esse escândalo eleitoral?

A investigação começou com a coleta meticulosa de dados, tanto dos mandados de prisão quanto das candidaturas. Os dados dos mandados foram obtidos diretamente do BNMP, que é uma plataforma pública gerida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e constantemente atualizada pelos tribunais. No total, foram analisadas 302.509 ordens de prisão.

Os jornalistas do g1 reuniram diversas informações, incluindo: - Número do mandado - Nome do alvo - Nome da mãe e do pai - Data de nascimento - Situação do mandado (pendente ou cumprido) - Data de expedição - Órgão responsável pela emissão - Tipo de mandado (prisão ou internação)

Simultaneamente, os dados das candidaturas de 2024 foram adquiridos através do site de dados abertos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que disponibiliza informações sobre 461.564 candidaturas, incluindo o nome, data de nascimento, raça e partido do candidato.

Após a coleta, o g1 empregou técnicas avançadas de programação para cruzar os dados das candidaturas com os mandados de prisão. Esse processo revelou 108 casos onde o nome e a data de nascimento eram idênticos nas duas bases de dados.

Detetives Digitais:

Como a equipe do g1 eliminou o risco de homônimos? Eles compararam informações adicionais, como CPF e RG, com os dados contidos nas certidões de antecedentes criminais de cada um dos candidatos, que foram submetidos à Justiça Eleitoral.

Neste processo, algumas ordens de prisão foram retiradas do BNMP e alguns candidatos perderam a elegibilidade, reduzindo o número final para os 61 nomes revelados na reportagem.

O que vem a seguir?

Após a triagem dos dados, as afiliadas do g1 em todo o Brasil se mobilizaram para entrar em contato com os candidatos e seus respectivos partidos, buscando esclarecimentos sobre as ordens de prisão pendentes e suas consequências eleitorais.

Essa investigação acende um alerta sobre a integridade do processo eleitoral e a responsabilidade dos candidatos. **Não perca os desdobramentos dessa história impactante e fique atento a novas revelações!**