Vitória de Trump nos EUA: Um Desastre para Lula e a Nova Era do Conflito Diplomático?
2024-11-06
Autor: Gabriel
A recente vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, confirmada na manhã desta quarta-feira (6), é considerada uma "péssima notícia" para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo o cientista político Ricardo Ribeiro, da MCM e LCA.
Ribeiro destaca que Lula arriscou sua posição diplomática ao manifestar publicamente seu apoio à atual vice-presidente Kamala Harris, do Partido Democrata. Essa declaração não apenas gerou um "embaraço diplomático", mas também pode complicar as relações Brasil-EUA, mesmo após Lula parabenizar Trump nas redes sociais, ressaltando a importância do respeito à democracia.
Embora o governo brasileiro esteja empenhado em manter laços diplomáticos normais com os Estados Unidos, as perspectivas podem não ser tão otimistas. Ribeiro menciona que as relações entre os dois países, com Trump no comando, provavelmente serão protocolares e podem se tornar tensas, dependendo das atitudes do novo presidente. O analista alerta que qualquer animosidade deverá partir principalmente do governo Trump, enquanto Lula não busca criar atritos com a potência norte-americana.
Além disso, o retorno de Trump à Casa Branca poderá impactar indiretamente a política brasileira, favorecendo uma agenda conservadora e alimentando a força da direita no país. Apesar de não haver efeitos diretos nas próximas eleições presidenciais de 2026, o sucesso de Trump é visto como um sinal de vigor da política conservadora, criando uma atmosfera de apreensão entre os partidos de esquerda e impulsionando ânimos entre os grupos de direita.
Um ponto crucial é a relação da família do ex-presidente Jair Bolsonaro com Trump, que pode gerar "embaraços e ruídos" nas relações entre Brasília e Washington a partir de 2025. Ademais, a interação do governo brasileiro com figuras como Elon Musk, que está na campanha republicana, poderia causar atritos ainda maiores devido às tensões existentes.
No panorama internacional, as expectativas são de que Trump revitalize governos e lideranças de direita, o que é visto como algo promissor por figuras como Bolsonaro e Javier Milei, o presidente argentino que é um adversário direto de Lula. Por fim, Ribeiro sugere que um novo mandato de Trump poderia enfraquecer instituições multilaterais que a diplomacia brasileira valoriza, além de prejudicar iniciativas ambientais que o Brasil estava tentando destacar.
"Com Trump na Casa Branca, o Brasil pode ser marginalizado ainda mais no cenário internacional durante o governo Lula. Assim, existem muitos motivos para que Lula tenha torcido pela vitória de Kamala Harris", conclui o especialista.