Ciência

Você tem um rosto de "rico" ou de "pobre"? Estudo revela como julgamos um pelo visual

2024-12-26

Autor: Mariana

Um estudo fascinante da Universidade de Glasgow está desafiando nossas noções sobre como a aparência facial pode influenciar a percepção social e financeira. Com as conclusões publicadas no APA Journal of Experimental Psychology: General, os pesquisadores exploraram até que ponto conseguimos avaliar o status econômico de um indivíduo apenas analisando seu rosto.

A equipe, liderada pela Dra. Thora Bjornsdottir na Escola de Psicologia e Neurociência, utilizou modelos 3D de rostos para conduzir a pesquisa. Participantes brancos e ocidentais foram convidados a julgar múltiplas características de esses rostos, como riqueza, status social e até traços pessoais, incluindo competência, calor humano, dominância e confiabilidade.

Os resultados foram impressionantes! Os rostos 'ricos' foram descritos como tendo características faciais mais definidas, como sobrancelhas arqueadas e bochechas com um tom de rosa saudável, levando os participantes a considerá-los mais dignos de confiança. Enquanto isso, rostos que eram percebidos como 'pobres' frequentemente apresentavam queixos curtos, sobrancelhas baixas e bocas voltadas para baixo, sendo vistos como menos confiáveis.

A Dra. Bjornsdottir explicou que esses julgamentos instantâneos têm consequências reais. “As pessoas muitas vezes atribuem características vantajosas para aqueles que parecem pertencer à classe alta, enquanto as que parecem de classes sociais inferiores enfrentam preconceitos negativos”, comentou.

Adicionalmente, o estudo apontou que os rostos classificados como 'pobres' tendem a ter traços mais arredondados e infantis, enquanto os rostos 'ricos' se destacam por suas características mais alongadas e definidas, como narizes proeminentes e bocas sutilmente curvas para cima. Essas características faciais foram associadas a traços como dominância, habilidade e honestidade.

Para adicionar mais contexto, a professora Rachael Jack, especialista em Cognição Social Computacional, mencionou que a pesquisa ilustra como aspectos faciais específicos são fundamentais na formação de estereótipos relacionados à classe social. Suas descobertas podem ser um passo para futuras intervenções, buscando transformar essas percepções preconceituosas.

O mais intrigante é como essas avaliações instantâneas podem impactar o tratamento de indivíduos nos contextos sociais e profissionais. As associações negativas relacionadas a traços faciais mais 'pobres' estão profundamente enraizadas na cultura ocidental e merecem atenção para que possamos avançar em busca de uma sociedade mais justa e igualitária. Então, qual é a mensagem? Cuidado com o que seu rosto pode estar dizendo!