Uso excessivo de telas pode estar reduzindo a massa cerebral, alertam estudos
2025-01-18
Autor: Pedro
Você já parou para pensar no que a constante avalanche de tweets, stories, reels e notificações está fazendo com sua mente? Os aplicativos de hoje são projetados para nos manter fisgados, explorando o instinto humano de buscar novidades, como explica Michoel Moshel, pesquisador da Universidade Macquarie. Isso não é apenas uma questão de entretenimento; é uma luta pela nossa capacidade de atenção
Mudanças cerebrais alarmantes
Um estudo abrangente analisou 27 pesquisas sobre neuroimagem e descobriu que o uso excessivo da internet pode levar à diminuição da massa cinzenta em áreas do cérebro associadas ao processamento de recompensas e controle de impulsos. Moshel faz uma comparação inquietante: as mudanças que estamos vendo são semelhantes às que ocorrem em dependentes de substâncias como metanfetaminas e álcool. Isso requer atenção imediata!
A questão não é exclusiva dos jovens.
Dados de 2021 da ONG Common Sense Media mostram que pré-adolescentes passam em média 5 horas e 33 minutos por dia em telas, enquanto adolescentes dedicam alarmantes 8 horas e 39 minutos. Em uma sociedade cada vez mais conectada, os efeitos desse uso excessivo estão começando a ser percebidos até mesmo em ambientes educacionais; 84% dos educadores na Austrália acreditam que as tecnologias digitais são uma fonte significativa de distração nas salas de aula.
Um fenômeno mundial
Eduardo Fernández Jiménez, psicólogo clínico em Madri, revela como a superexposição a estímulos digitais prejudica nossa atenção sustentada, essencial para o aprendizado. A situação se torna mais complicada em um ciclo vicioso: um estudo publicado na revista Nature indica que indivíduos com saúde mental comprometida tendem a consumir conteúdo de menor qualidade, agravando ainda mais seus sintomas. E quanto mais tempo passamos nas telas, mais difícil se torna enfrentar esse problema.
Como podemos reverter essa situação?
Os especialistas sugerem uma abordagem em duas frentes: qualidade e quantidade no uso das telas. Estabelecer limites claros para o tempo gasto em dispositivos é vital, assim como priorizar atividades que promovam interação social, como prática de esportes e encontros com amigos. Carlos Losada, um psicólogo respeitado, enfatiza que essas atividades são essenciais para contrabalançar os efeitos nocivos do uso digital intensivo.
Além disso, focar em conteúdo educativo e saudável, evitando atrativos viciantes, é uma estratégia importante. Pesquisas recentes alertam: o que chamamos de “cérebro podre” pode não ser apenas uma expressão — é um sinal real de deterioração cognitiva impulsionada por nossos hábitos digitais.
No entanto, o desafio não é só individual. Com as empresas de tecnologia utilizando algoritmos que maximizam nosso tempo em telas e uma população cada vez mais digitalizada, urge a necessidade de políticas públicas que promovam a transparência e a formação crítica em relação ao uso digital.
A ironia está em como essa “podridão cerebral” pode alterar nossa percepção e resposta ao mundo exterior, justo no momento em que mais precisamos de nossas capacidades cognitivas. É hora de lembrar que além da tela existe um mundo esperando para ser explorado — um mundo que nossos cérebros foram projetados para aproveitar. Você está pronto para dar esse passo?