Transferência de Rogério de Andrade para prisão federal pode ser iminente
2024-10-31
Autor: Julia
A Secretaria Nacional de Políticas Penais, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, anunciou que recebeu um pedido do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para transferir o bicheiro Rogério Costa de Andrade e Silva, popularmente conhecido como Rogério de Andrade, para uma penitenciária federal. Este pedido foi feito por ordem judicial, mas ainda não há uma data definitiva para a transferência, uma vez que a logística para a operação, envolvendo escolta de policiais penais e federais, assim como o transporte em aeronave da Polícia Federal, ainda está sendo planejada.
Fontes indicam que a transferência pode acontecer a qualquer momento, possivelmente ainda nesta semana. Rogério atualmente se encontra isolado em uma cela do presídio Bangu 1, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele está sob monitoramento médico após iniciar tratamento com antidepressivos, o que demonstra a gravidade de sua condição mental e o impacto que a detenção tem sobre ele.
Recentemente, Rogério foi preso durante a Operação Último Ato, que foi conduzida pelo Grupo de Ação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ). Ele é considerado o mandante do assassinato do contraventor Fernando de Miranda Iggnácio, que aconteceu em novembro de 2020. A rivalidade entre os dois se intensificou devido à disputa pelo legado do banqueiro de bicho Castor de Andrade, que morreu em 1997. Rogério é sobrinho de Castor, enquanto Iggnácio era seu genro, intensificando ainda mais a tensão entre eles.
A 1ª Vara Criminal já ordenou que Rogério Andrade seja transferido para um presídio federal de segurança máxima, com Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), devido à sua classificação como um dos indivíduos mais perigosos do estado. A segurança adicional é necessária dada a sua posição na hierarquia do crime organizado.
A defesa de Rogério, liderada pelo advogado Raphael Mattos, já anunciou planos de recorrer contra a prisão e a reabertura do caso relacionado ao assassinato de Iggnácio. Mattos argumenta que a prisão é ilegal, alegando que a reabertura do caso pelo Ministério Público ocorreu após um considerável tempo desde os eventos.
Em sua declaração, ele afirmou: "Tomaremos todas as medidas legais para contestar não apenas a prisão, que consideramos ilegal, mas também a decisão do Ministério Público de reabrir um caso que deveria ter sido encerrado após quatro anos.”
Além de Rogério, a operação também visou o policial militar reformado Gilmar Eneas Lisboa, que foi preso em Casimiro de Abreu. As investigações indicam que Gilmar estava sob suspeita de monitorar a vítima no momento de seu assassinato.
Vale ressaltar que, em março de 2021, o Ministério Público do Rio de Janeiro já havia denunciado Rogério pela morte de Iggnácio, mas uma decisão anterior do Supremo Tribunal Federal (STF) havia barrado a ação penal. A reabertura do caso revela novos elementos que podem redefinir o desfecho dessa longa e conturbada história, marcada por intrigas, rivalidades e a luta pelo controle do jogo do bicho no Rio de Janeiro.