Ronnie Lessa e Élcio Queiroz: Justiça é feita! Assassinos de Marielle Franco são condenados
2024-10-31
Autor: João
Após uma longa espera de 6 anos, 7 meses e 17 dias, a justiça finalmente foi feita. Nesta quarta-feira (30), os assassinos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes foram condenados pelo 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. Este crime bárbaro, que chocou não apenas o Brasil, mas o mundo inteiro, continua a ressoar na memória coletiva.
O ex-policial militar Ronnie Lessa, responsável pelos disparos fatídicos na noite de 14 de março de 2018, recebeu uma pena de 78 anos e 9 meses de reclusão. Seu comparsa, o também ex-PM Élcio Queiroz, que dirigiu o veículo utilizado na emboscada, foi condenado a 59 anos e 8 meses de prisão.
Contudo, devido a acordos de delação premiada, as penas podem ser reduzidas. O Ministério Público, que pleiteou 84 anos de prisão para ambos, já manifestou intenção de recorrer da decisão.
"Embora a Justiça muitas vezes seja lenta, cega ou injusta, ela chega. Chega para aqueles que pensam que nunca serão alcançados por ela", declarou a juíza Lúcia Glioche ao ler a sentença.
Familiares de Marielle e Anderson, em um momento de emoção intensa no tribunal, choraram e se abraçaram ao ouvir a condenação dos réus. A dor causada pela perda trágica ainda é muito presente em suas vidas.
Os crimes cometidos por Lessa e Queiroz foram considerados duplo homicídio triplamente qualificado, além da tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, assessora de Marielle que sobreviveu ao ataque. A dupla foi também responsabilizada pela receptação do carro clonado que foi utilizado no crime.
Uma das condenações impõe que os réus paguem R$ 3,5 milhões em indenizações, sendo R$ 706 mil para cada um dos familiares das vítimas, além de uma pensão para o filho de Anderson, Arthur.
Apesar das condenações, os dois podem deixar a prisão em menos de uma década, já que a redução de penas por delação premiada é uma possibilidade. Élcio pode ser liberado em 2031, enquanto Ronnie tem previsão de pegar regime semiaberto em 2037 e liberdade total em 2039, caso cumpra todas as condições do acordo.
Em um desdobramento importante, o julgamento dos mandantes do crime segue no Superior Tribunal Federal (STF). Acusados de planejar o assassinato, nomes como Chiquinho e Domingos Brazão estão sob investigação, aumentando a expectativa de novos desenvolvimentos e possíveis revelações sobre a verdadeira motivação por trás do crime.
O atentado contra Marielle Franco, que foi fatalmente atingida por tiros após participar de um evento na Lapa, tem sido um marco na luta contra a violência e a impunidade no Brasil. Embora agora haja condenações, a batalha pela verdade continua a ser uma prioridade para seus familiares e apoiadores.
As repercussões deste caso não se limitam às fronteiras brasileiras, mas ecoam globalmente, como um símbolo da luta pela justiça e pela defesa dos direitos humanos. A esperança de que a justiça prevaleça para Marielle e Anderson permanecerá viva enquanto o sistema continuar a trabalhar para trazer à luz todos os culpados.