Superstições e O Poder do Voto: O Condado de Door Continua a Surpreender os EUA
2024-11-05
Autor: João
Door, uma pequena e intrigante região no Wisconsin, tem se destacado como 'o condado mais indeciso' dos Estados Unidos, acertando os resultados das últimas sete eleições presidenciais. Historicamente, a comunidade de aproximadamente 30 mil habitantes não demonstra uma clara preferência entre os candidatos democratas e republicanos, mas uma coisa é certa: quem ganha em Door é eleito presidente.
A importância deste condado cresceu a cada eleição, especialmente desde 1996, quando se tornou uma espécie de oráculo na política americana, onde todos os candidatos que venceram aqui também conquistaram a presidência. Em um estado estratégico como Wisconsin, que possui um papel crucial na definição do resultado eleitoral nacional, Door se torna ainda mais relevante.
As eleições de 2024 estão se aproximando, e todos os olhos estão voltados para esse pequeno condado. Em 2020, Joe Biden venceu Donald Trump em Door por uma diferença de menos de 300 votos, enquanto em 2016, Trump teve uma margem de apenas 500 votos a seu favor contra Hillary Clinton. Barack Obama também deixou sua marca aqui, vencendo John McCain em 2008 por 3 mil votos e Mitt Romney em 2012 por cerca de 700 votos.
Enquanto os candidatos se preparam para mais uma batalha eleitoral, tanto democratas quanto republicanos afirmam que há um aumento no número de voluntários em Door, sinalizando um engajamento inédito na comunidade. A democratização do entusiasmo parece ser uma constante, com ambos os partidos investindo em estratégias agressivas de campanha. O republicano Joel Kitchens mencionou a diversidade da região como um fator que propicia esse equilíbrio nas campanhas eleitorais.
Além disso, os moradores de Door estão focados em dois assuntos chave nesta eleição: o combate à imigração ilegal e a defesa dos direitos ao aborto. Enquanto Trump promete uma grande deportação de migrantes, Kamala Harris busca garantir direitos reprodutivos, o que ressoa fortemente com os eleitores liberais da região. Esse dilema reflete a polarização política que aflige os Estados Unidos, e Door não é exceção.
Outra curiosidade fascinante é que, apesar de todo o simbolismo que envolve o condado, nem Kamala Harris nem Donald Trump visitaram Door durante suas campanhas, levantando questões sobre a estratégia dos candidatos ao ignorar esse 'sábio' condado. Isso levantou discussões sobre se Door ainda possui o poder preditivo que teve em décadas anteriores.
As eleições nos EUA dependem do Colégio Eleitoral, o que significa que o resultado em estados como Wisconsin – que fornece 10 delegados – pode ser decisivo. As últimas pesquisas sugerem que Kamala Harris está ligeiramente à frente, mas a margem de erro permanece alta. De acordo com Charles Franklin, um dos principais analistas eleitorais de Wisconsin, a Democrat tem uma vantagem de quatro pontos em Door, embora o histórico dos estudos de opinião mostre resultados potencialmente imprecisos, como em 2016 e 2020.
À medida que o dia da eleição se aproxima, o condado de Door e suas superstições continuarão a ser observados de perto. Será que a tradição se manterá e o 'condado mais indeciso' mais uma vez ajudará a definir a presidência dos Estados Unidos? O mundo aguarda ansiosamente a resposta.