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A Epidemia de Solidão: Uma Crise Global que Atinge Todos Nós

2024-11-03

Autor: Julia

A cidade de Seul, na Coreia do Sul, anunciou um investimento impressionante de US$ 327 milhões para combater a solidão entre seus cidadãos. Esta decisão coloca a capital sul-coreana como mais uma entre as várias cidades e países que estão tomando medidas em relação ao isolamento social, um problema que se intensifica a cada dia.

O plano inclui uma ampla gama de iniciativas. Além de suporte psicológico gratuito para toda a população, a cidade criou um serviço emergencial chamado "Adeus, Solidão". Os gestores públicos se uniram a plataformas de delivery para identificar pessoas que vivem sozinhas, visando proporcionar contato social e apoio. Também serão oferecidos incentivos para aqueles que participarem de atividades sociais, como visitas a bibliotecas, festivais e parques.

O aumento das "mortes por solidão" em Seul é alarmante, com um crescimento significativo, afetando predominantemente homens entre 50 e 60 anos, que representam 50% dos casos. Essa realidade triste coloca a cidade em um cenário preocupante.

Mas Seul não está sozinha nessa batalha. No Japão, a crise dos "hikikomori" - jovens que se isolam de suas famílias e amigos - já afetou 1,5 milhão de pessoas, muitas das quais vivem isoladas em seus quartos. Para piorar a situação, o fenômeno dos "8050" (pessoas com 50 anos que dependem da ajuda dos pais idosos) também está crescendo, levando o governo a implementar centros de apoio e excursões para reconectar indivíduos à sociedade.

Enquanto isso, na Inglaterra, foi criado o Ministério da Solidão em 2018, reconhecendo que o isolamento social está afetando segmentos variados da população, especialmente jovens entre 16 e 29 anos. A situação nos Estados Unidos também é crítica. Em 2023, o cirurgião-geral declarou um estado de epidemia de solidão, com um em cada dois americanos relatando sentir-se socialmente isolados e apresentando um plano para reinventar a coesão social.

Não é apenas uma questão cultural na Ásia ou no Ocidente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a solidão como uma prioridade global de saúde, criando a Comissão de Conexão Social, que envolve representantes de vários países, exceto o Brasil. Dados alarmantes revelados pelo Gallup mostram que 25% da população mundial enfrenta solidão severa, enquanto 25% experimenta solidão moderada. Os mais afetados são os jovens entre 19 e 29 anos, com 27% desses indivíduos enfrentando solidão severa.

Os efeitos da solidão não são apenas emocionais; eles têm consequências físicas graves. Um estudo recente de 2022 constatou que viver em solidão pode ser tão prejudicial à saúde como fumar 15 cigarros por dia. Essa informação deve ser alarmante para todos, incluindo os brasileiros. De acordo com uma pesquisa da IPSOS realizada em 2021, o Brasil estava entre os países que mais sofrem com a solidão, destacando a necessidade urgente de iniciativas locais para fortalecer as relações sociais.

O que fica claro é que a solidão não é um problema individual, mas sim um fenômeno estrutural que deveria ser abordado por todos nós. Se não começarmos a investir em conexão social, os impactos físicos e mentais da solidão continuarão a afetar nossas comunidades e a saúde pública global. É hora de agir!