Recentemente, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, causou alvoroço ao conceder um perdão incondicional a Ross Ulbricht, conhecido como o criador do Silk Road, um dos mais infames mercados da dark web dedicados à venda de drogas ilegais.

Ross Ulbricht foi condenado em 2015 a prisão perpétua por acusações que incluíam lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e conspiração. Durante o julgamento, ficou claro que o Silk Road movimentou mais de 200 milhões de dólares em transações, utilizando o bitcoin como moeda principal. O site, que ganhou notoriedade antes de ser fechado em 2013, permitiu aos usuários comprar desde drogas ilícitas até serviços como hackers e documentos falsificados, tudo de forma anônima.

Trump anunciou o perdão em uma postagem na plataforma Truth Social, revelando que havia conversado com a mãe de Ulbricht. Ele também chamou a atenção para o que considerou condenações extremas e injustas, criticando os promotores que, segundo ele, estavam envolvidos em uma "armação" contra Ulbricht. Trump argumentou que a sentença de duas prisões perpétuas mais 40 anos era absurda e pediu justiça para o ex-líder do Silk Road.

O Silk Road, cujo nome remete às rotas comerciais históricas que conectavam a Europa à Ásia, operava sob o pseudônimo de Dread Pirate Roberts, uma referência ao filme "Uma Princesa Prometida". Os usuários podiam acessá-lo apenas por meio do navegador Tor, que esconde a localização e a identidade dos visitantes.

Além das substâncias ilícitas, um aspecto sombrio do Silk Road incluiu o envolvimento de Ulbricht em supostas encomendas de assassinatos, embora não houvesse provas concretas de que esses crimes foram efetivamente realizados.

Em sua defesa, Ross expressou remorso por suas ações e implorou por uma sentença mais branda, enfatizando que não era uma pessoa gananciosa, mas sim alguém apaixonado pela liberdade. “Eu arruinei minha vida e feri os corações de minha família e amigos”, disse ele na época.

Enquanto Trump defende Ulbricht, seus apoiadores citam o caso como um exemplo de excessos do governo e argumentam que a liberdade individual deve ser respeitada, mesmo em casos envolvendo crimes graves na internet. O libertário congressista Thomas Massie foi um dos que comemorou a decisão, agradecendo a Trump por apoiar a causa.

A história do Silk Road serve como um lembrete dos desafios enfrentados na intersecção entre tecnologia, criminalidade e liberdade individual, levantando questões sobre a eficácia das legislações atuais e dos métodos de aplicação da lei. Com o perdão de Trump, muitos se perguntam: o que isso significa para o futuro das plataformas de comércio ilegal online e para as pessoas que ainda operam na obscuridade da dark web?