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Descoberta Surpreendente na Arábia Saudita: Cidade Antiga Al-Natah Revela Civilização Desconhecida

2024-11-04

Autor: Mariana

Pesquisadores fizeram uma descoberta impressionante ao encontrar uma cidade fortificada com 4.400 anos, chamada al-Natah, sob um oásis na Arábia Saudita contemporânea. Liderado pelo renomado arqueólogo francês Guillaume Charloux, o estudo revela uma surpreendente transição de sociedades nômades para uma vida urbana, conforme detalhado em um artigo publicado na revista PLOS One.

Os vestígios da antiga cidade estavam escondidos sob o oásis de Khaybar, uma área fértil situada em meio ao deserto no noroeste da Península Arábica. A pesquisa começou com a descoberta de uma impressionante muralha com 14,5 km de extensão, delimitando a cidade e sinalizando a existência de uma sociedade organizada e estruturada.

Acredita-se que al-Natah tenha sido construída por volta de 2400 a.C., no início da Idade do Bronze, e tenha abrigado aproximadamente 500 habitantes. Entretanto, o motivo do seu abandono cerca de mil anos depois ainda é um mistério intrigante.

Historicamente, a região era vista como um deserto estéril, habitado por nômades e com cemitérios dispersos. Essa percepção começou a mudar após a descoberta de muralhas da Idade do Bronze em Tayma, ao norte de Khaybar, que incentivaram novas investigações nos oásis locais.

Guillaume Charloux afirmou que as rochas basálticas que cobriam al-Natah protegeram o local de escavações ilegais, mas observações aéreas revelaram indícios de rotas e fundações que indicavam onde escavar. Ele comentou: "Nossa descoberta desafia a visão predominante do noroeste da Arábia na Idade do Bronze. Al-Natah comprova que o urbanismo rural emergiu mais cedo do que se pensava, permitindo a consideração da complexidade de um assentamento sedentário em um oásis murado da Idade do Bronze."

As escavações revelaram fundações robustas, adequadas para suportar habitações de um ou dois andares, abrangendo uma área total de cerca de 2,6 hectares, com aproximadamente 50 casas. Além disso, as tumbas identificadas na necrópole local continham armas de metal e pedras preciosas, o que sugere uma sociedade avançada e próspera. Os fragmentos de cerâmica encontrados indicam uma estrutura social relativamente igualitária, com peças que, embora simples, eram esteticamente bem elaboradas.

As muralhas de al-Natah, com até cinco metros de altura, evidenciam a presença de alguma forma de autoridade local e controle social.

Essas descobertas fortalecem a teoria do "urbanismo lento", mostrando a transição de comunidades nômades para um estilo de vida mais sedentário. É possível que os oásis fortificados tenham mantido contatos entre si, em uma região onde grupos nômades pastoris ainda eram predominantes. Essas interações poderiam até mesmo ter estabelecido as bases para a famosa "rota do incenso", que facilitava o comércio de especiarias, incenso e mirra entre o sul da Arábia e a região do Mediterrâneo.

Embora al-Natah seja modesta em comparação com grandes cidades da Mesopotâmia e do Egito, representa uma forma única de urbanização adaptada às condições específicas do noroeste da Arábia, sugerindo um desenvolvimento histórico singular na região. Essa descoberta não apenas ilumina o passado, mas também levanta questões intrigantes sobre as interações sociais e culturais em uma das áreas mais desafiadoras do mundo.