Diante da necessidade urgente de equilibrar as contas públicas, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), uma das maiores vertentes de despesas do orçamento federal, lançou mão de uma estratégia inovadora: a utilização de inteligência artificial (IA) nos seus processos. A iniciativa visa não só a redução de custos, mas também a eficiência no atendimento aos segurados.

Em uma recente entrevista ao InfoMoney, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, revelou que a implementação das novas tecnologias está prevista para começar ainda em 2024. Durante testes com oito empresas, apenas duas se destacaram como viáveis para a parceria, sendo uma delas a Dataprev, que já está preparando a aquisição necessária para operar os sistemas de IA.

"Os benefícios gerados pela IA podem ser enormes. Estamos falando de uma verdadeira revolução que permitirá uma melhor alocação de peritos e recursos, permitindo que priorizemos as análises necessárias e automatizemos outros processos", afirmou Stefanutto.

Atualmente, um dos sistemas que já demonstra a aplicação dessa tecnologia é o Atestmed, que permite aos segurados solicitar benefícios de forma digitalizada, eliminando a necessidade de perícia física. Isso não apenas diminui os custos operacionais do INSS, mas também acelera a liberação de benefícios para os cidadãos.

Com a previsão de economizar até R$ 7,3 bilhões em despesas vinculadas ao INSS até 2025, a equipe econômica do governo federal está implementando um controle mais rigoroso sobre gastos, onde R$ 6,2 bilhões virão da adoção do Atestmed e R$ 1,1 bilhão de medidas administrativas. Essa reforma é parte do pacote de redução de despesas anunciado em agosto.

Além disso, a recente venda da folha de pagamentos de benefícios, leiloada na semana passada, deve gerar cerca de R$ 6 bilhões anuais para os cofres públicos. O leilão, que envolveu 26 lotes, foi vencido majoritariamente pela Crefisa, com o Mercantil conquistando um lote.

Stefanutto ressaltou ainda a importância de um gerenciamento ágil dos processos, tanto para evitar o acúmulo de pedidos quanto para realizar revisões necessárias nos programas de benefícios. Ele enfatizou uma abordagem não apenas fiscal, mas também humanitária, para garantir que aqueles que têm direito aos benefícios sejam atendidos de maneira mais rápida e eficaz.

É um novo tempo para o INSS, que busca não apenas economizar, mas também proporcionar um atendimento mais eficiente e justo aos brasileiros. Só o futuro dirá quais serão os impactos reais dessa revolução digital.