Em um evento que promete marcar uma nova fase na política americana, Donald Trump, em sua posse, celebrou a figura de seu ex-presidente favorito, William McKinley, que governou os Estados Unidos entre 1897 e 1901. Trump não deixou dúvidas sobre a influência de McKinley em seu novo mandato, chamando-o de sua "alma gêmea" e destacando seu ultraprotectivismo.

Durante seu discurso, Trump elogiou as políticas econômicas de McKinley, que protegia os interesses de bilionários e implementava tarifas elevadas, que, segundo ele, tornaram o país mais rico. "O presidente McKinley fez da América uma potência com suas tarifas e visão empresarial", afirmou Trump.

McKinley foi atuante na chamada Era Dourada, onde magnatas como J.P. Morgan e John Rockefeller prosperaram. Esses barões fizeram fortuna utilizando práticas predatórias que eliminavam a concorrência e criavam monopólios. Notavelmente, McKinley não só se opôs à legislação antitruste, como também foi essencial para o processo que acompanhou a evolução do capitalismo americano, resistindo a qualquer movimento que ameaçasse os interesses dos grandes empresários.

O paralelo traçado por Trump em relação aos atuais tecno-oligarcas, como Elon Musk e Jeff Bezos, reflete sua visão sobre o futuro econômico dos Estados Unidos. Na posse, a presença desses magnatas se destacou, simbolizando o apoio de gigantes da tecnologia à nova administração, que promete desregulamentar ainda mais o setor.

A declaração de Trump de que a "liberdade de expressão" será uma prioridade, principalmente para as Big Tech, sinaliza uma tentativa de criar um ambiente livre de contestação de preços e práticas, ao mesmo tempo em que se desconsideram as vozes que clamam por maior regulação.

Além disso, Trump promete reviver políticas que levariam os Estados Unidos a uma nova "Idade de Ouro", reminiscente da Gilded Age do século 19, sugerindo um cenário de crescimento econômico a partir da imposição de tarifas semelhantes às de McKinley. Em sua fala, o ex-presidente se referiu à tarifa como "a palavra mais bonita do dicionário", destacando sua crença de que este método poderia levar os EUA a um novo auge econômico.

Trump também chocou os presentes ao anunciar a devolução do nome do Monte Denali para Monte McKinley, um gesto simbólico que gerou controvérsia, especialmente considerando que a mudança de nome ocorreu em 2016 e foi fruto de uma longa luta dos povos nativos americanos pela valorização de sua cultura e história.

Esse início de mandato sob inspiração de McKinley não só revela a direção política e econômica que Trump pretende seguir, mas também expõe as tensões entre os valores tradicionais e as reivindicações por equidade social que ainda marcam os debates contemporâneos. O cenário está montado para uma era de polarização, onde os interesses dos magnatas e das classes trabalhadoras podem entrar em uma colisão dramática.