No feriado de 15 de novembro, várias cidades brasileiras foram palco de manifestações pedindo o fim da escala de trabalho 6x1, que impõe seis dias de trabalho seguidos por apenas um de descanso. Os atos aconteceram em locais estratégicos como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belém.

O Movimento Vida Além do Trabalho (VAT) tem liderado a mobilização, com forte presença nas redes sociais, impulsionado pelo vereador eleito Rick Azevedo (PSOL), conhecido por sua atuação nas plataformas digitais. A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) também tem dado apoio à causa, conseguindo o número necessário de assinaturas para protocolar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa acabar com essa jornada de trabalho.

Atualmente, a legislação brasileira permite uma carga horária semanal de 44 horas, em vigor há 81 anos desde a publicação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em 1943. A proposta, se aprovada, pretende reduzir esse limite para 36 horas por semana, buscando promover um equilíbrio melhor entre vida profissional e pessoal.

Ao longo da semana, o VAT mobilizou atos em diversas cidades, incluindo Fortaleza, Vitória, Porto Alegre, Recife, Aracaju, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis e Manaus. Na capital paulista, os manifestantes se reuniram na Avenida Paulista e levaram cartazes com mensagens emotivas como ‘Quero ver minha filha crescer’, ‘Não tenho tempo de ir ao médico’ e ‘Menos horas trabalhando, mais saúde mental’. Destacaram-se no evento os deputados do PSOL: Guilherme Boulos, Erika Hilton, Sâmia Bonfim e Fernanda Melchionna.

No Rio de Janeiro, a manifestação ocorreu na Cinelândia e contou com a presença de diversas centrais sindicais, que se uniram para defender a causa. Os participantes aproveitaram a ocasião para também protestar contra a realização da reunião da cúpula do G-20 na cidade, expressando sua insatisfação com a atual situação trabalhista e econômica do Brasil.

Esses atos foram um reflexo do crescente descontentamento com a carga horária de trabalho imposta aos brasileiros, especialmente em um momento em que muitos lutam por um padrão de vida que permita não só a sobrevivência, mas a qualidade de vida. Com a situação revelando um aumento nas buscas por melhores condições de trabalho, a pressão sobre os legisladores está aumentando. Será que o Congresso está pronto para ouvir as vozes da população?