Polícia do DF desmantela esquema de venda de maconha e lubrificantes inovadores
2024-09-27
Autor: Mariana
Na última terça-feira (24), a Polícia Civil do Distrito Federal realizou uma operação que resultou na prisão de um grupo acusado de comercializar maconha e produtos derivados da planta. Os envolvidos utilizavam os Correios para distribuir os itens para todo o Brasil, em uma prática ilegal que chamou a atenção das autoridades.
A investigação, que contou com o apoio da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Receita Federal e até da Polícia Civil de Goiás, revelou que o grupo mantinha perfis em redes sociais para promover seus produtos. Os materiais oferecidos incluíam desde óleos e lubrificantes à base de cannabis até brownies com cogumelos. Curiosamente, a propaganda incluía recomendações de uso voltadas para a saúde, alegando benefícios que iam desde o tratamento de pets a condições como Alzheimer.
Entre os produtos vendidos, o óleos extraídos da maconha eram os mais caros, chegando a impressionantes R$ 1.700. Os lubrificantes, conhecidos popularmente como "xapa xana", prometiam proporcionar orgasmos mais intensos, embora não haja comprovação científica que sustente tais afirmações.
Três membros do grupo, todos com idades entre 27 e 29 anos, foram detidos sob as acusações de tráfico de drogas, associação para o tráfico, prática de curandeirismo, exercício ilegal da medicina e crime ambiental, pois cultivavam plantas exóticas que representam riscos ao ecossistema local.
O esquema estava sob investigação desde janeiro, e não apenas o casal que liderava as operações foi preso em Pirenópolis, Goiás, como também uma mulher foi apanhada em Brasília. As forças de segurança descobriram estufas, um laboratório clandestino e produtos já embalados para envio na casa do casal.
O delegado Waldek Fachinelli, responsável pela operação, destacou que o principal problema era a venda de óleo de cannabis como se fosse um medicamento, enfatizando que mesmo remédios convencionais precisam de regulamentação e controle. Ele também mencionou que o grupo já havia sido abordado anteriormente pelas autoridades, mas alegou que possuía a erva apenas para uso medicinal.
Além disso, o delegado acrescentou que a equipe está em contato com a Anvisa para compreender melhor a operação de laboratórios de cannabis medicinal, uma vez que o laboratório do grupo não tinha estrutura para produzir CBD (canabidiol) de forma segura. Enquanto o CBD não é psicoativo, o THC presente na planta é conhecido por seus efeitos alucinógenos.
Essa situação levanta questões sobre a crescente demanda por produtos à base de cannabis no Brasil, especialmente com o debate sobre a legalização em andamento. O que será que o futuro reserva para o mercado de canábis no país?