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ONU alerta: 'Não podemos deixar que o Líbano se torne outra Gaza'

2024-09-24

A tensão no Oriente Médio atingiu novos patamares, e o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, fez um apelo urgente durante a abertura da Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (24). Ele alertou que a comunidade internacional deve intervir para que o Líbano não se transforme em outra Gaza, especialmente em meio ao aumento das hostilidades entre Israel e o movimento Hezbollah.

Em seu discurso, Guterres chamou a atenção para a crescente instabilidade na região e a gravidade da situação no Líbano, que "está à beira do precipício". "O povo líbanes, o povo israelense e a comunidade global não podem permitir que o Líbano se torne outra Gaza", enfatizou, sem mencionar diretamente Israel, mas criticando a desobediência a resoluções da ONU.

A situação no Líbano piorou drasticamente com os recentes bombardeios israelenses, que deixaram quase 500 mortos em um único dia, tornando-se o mais letal para o país desde 2006. A operação militar israelense é um desdobramento do conflito que começou em outubro de 2023, com um ataque do Hezbollah em solidariedade ao Hamas.

As tensões na fronteira têm resultado no deslocamento de moradores israelenses e na mobilização de tropas pelo governo de Israel. A presença do Hezbollah, um grupo extremista que opera no Líbano e que manifestou apoio ao Hamas, intensifica o temor de uma escalada do conflito regional.

Durante a Assembleia Geral, que conta com a participação de líderes de 193 países, o foco será amplamente voltado para a necessidade de paz e segurança no Oriente Médio. Além do Líbano, o Irã e outros grupos extremistas estão sob os holofotes, enquanto a comunidade internacional observa ansiosamente o desdobramento dos eventos.

Discursos de líderes de países como Argentina, El Salvador e Irã estão programados, e há grande expectativa para as intervenções da Palestina e Israel nos dias 26 e 30 de setembro, respectivamente. Enquanto isso, notáveis ausências como as dos presidentes da Rússia, China e Venezuela levantam questões sobre a dinâmica geopolítica atual.

Guterres também ressaltou que o risco de um conflito regional não deve ser subestimado. O Hamas e o Hezbollah, operando próximos um do outro, potencializam o receio de que um ciclo de violência se intensifique e se espalhe, colocando em risco a vida de milhões na região.

A Assembleia Geral da ONU, que este ano ocorre pela 79ª vez, não apenas discute os conflitos, mas também abordará questões prementes como a fome e as mudanças climáticas, temas que também precisam ser urgentemente tratados em uma época de crise global. Com a crescente interligação entre crises, a necessidade de um diálogo produtivo e a busca por soluções duradouras são mais essenciais do que nunca.

A ONU, como palco onde líderes globais podem expressar suas preocupações e visões, representa uma oportunidade crucial para que se busquem caminhos para a paz em um mundo cada vez mais conturbado.