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Impacto Internacional: Morte do Líder do Hezbollah Abala o Oriente Médio

2024-09-28

Morte de Hassan Nasrallah

Na noite de sexta-feira (27), o exército israelense executou um mega-ataque ao QG do Hezbollah em Beirute, que resultou na morte de Hassan Nasrallah, de 64 anos, o emblemático líder do grupo extremista libanês. As Forças Armadas israelenses confirmaram a notícia neste sábado (28).

"Hassan Nasrallah foi eliminado", afirmou um porta-voz do exército israelense, Nadav Shoshani, na plataforma social X. O porta-voz David Avraham também confirmou à AFP que a liderança do Hezbollah foi "desfeita".

O Ataque e suas Consequências

O ataque sem precedentes envolveu uma operação que destruiu seis edifícios, com bombas especialmente projetadas para abater bunkers, e é considerado o mais dramático em 18 anos de conflitos entre Israel e o Hezbollah.

A operação foi o clímax de dez dias de intensidade crescente por parte de Israel, que declarou ter perdido a paciência após quase um ano de ataques na fronteira. O Hezbollah lançou aproximadamente 9.300 foguetes e mísseis em apoio ao Hamas, que, em 7 de outubro de 2023, realizou um ataque sem precedentes ao Estado judeu, resultando em cerca de 1.200 mortes e 251 sequestros.

A ação militar de Israel, que iniciou com explosões provocadas por membros do Hezbollah, levanta questões sobre os reais motivos do premiê Binyamin Netanyahu, amplamente apoiado pela direita ultrarreligiosa em sua busca por permanecer no poder.

Perdas do Hezbollah

Mais de uma dúzia de comandantes do Hezbollah foram mortos, levando o grupo a perder aproximadamente 50% de seu arsenal de mais de 150 mil mísseis e foguetes. Desde a guerra de 2006, que terminou em um empate favorável ao Hezbollah, a organização nunca havia sido tão severamente afetada.

As dúvidas permanecem sobre a capacidade de reação do Hezbollah. Quatro horas após o bombardeio em Beirute, o grupo disparou 65 projéteis contra o norte de Israel, sugerindo que ainda possuem armamento, apesar das perdas.

O Papel do Irã e Consequências Regionais

A situação também provoca reflexões sobre o papel do Irã, que financia tanto o Hezbollah quanto o Hamas. A significativa degradação do Hezbollah pode representar uma perda estratégica para Teerã, que poderá optar por uma abordagem mais cautelosa ou por uma agressão militar, semelhante à realizada em abril, quando disparou mísseis e drones contra Israel.

Impacto da Morte de Nasrallah

A morte de Nasrallah é um duro golpe para o Hezbollah, considerado um dos líderes mais influentes da região. Ele ascendeu ao poder em 1992, após a morte de seu antecessor, e transformou o Hezbollah na principal força armada não estatal do mundo, fortalecendo a conexão com o Irã em um estratégia contra os EUA e Israel.

Perspectivas Futuras

A pressão sobre o Hezbollah aumenta, e as consequências da morte de Nasrallah podem prolongar os conflitos na região. Os próximos dias serão cruciais para determinar a direção da crise: poderá haver uma escalada por parte de grupos remanescentes do Hezbollah e alianças com o Irã, ou a possibilidade de novos atores, como os houthis do Iémen, se envolvem no cenário.

Recentemente, Netanyahu se apresentou em um discurso na ONU, alternando entre propostas de paz envolvendo várias partes e a reafirmação de sua postura bélica. Portugal aguarda para ver como Israel responderá à nova dinâmica da liderança do Hezbollah e se haverá uma invasão terrestre nas posições do grupo no sul do Líbano. A tensão permanece em níveis críticos, e os dias que virão serão decisivos para a estabilidade da região.