A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará anunciou a prisão de mais cinco pessoas na operação que investiga os recentes ataques a provedores de internet no estado. Com isso, o total de detidos chega a 45 durante as ações da Operação Strike, que foi deflagrada no início de março.

Os novos presos têm idades entre 38 e 57 anos e foram autuados em flagrante por desenvolver atividades de telecomunicações clandestinas, furto de energia e receptação. Essa operação visa desmantelar uma organização criminosa que vem causando pânico entre os prestadores de serviço e usuários de internet na região.

Além das prisões, as empresas de internet que operam em Caucaia, São Gonçalo do Amarante e Fortaleza já foram alvo de autuações. Segundo as investigações, a facção criminosa responsável pelos ataques exigia uma taxa de R$ 20 por cliente das empresas, e em caso de recusa, as redes de fibra óptica, caixas de transmissão e antenas eram vandalizadas, com lojas sendo invadidas e pichadas.

Uma reportagem recente da Folha de S.Paulo destacou que, apesar das ações do governo, a rotina de medo persiste entre os moradores de Fortaleza e municípios vizinhos. O clima de insegurança é palpável, e muitas pessoas estão relutantes em usar os serviços dessas empresas temendo represálias.

Além disso, no final de março, o Ministério Público ofereceu denúncia contra duas pessoas suspeitas de envolvimento em um ataque a uma provedora de internet em Caucaia, e já havia denúncias contra cinco homens por ataques a empresas no Pecém, em São Gonçalo do Amarante.

Um grupo especial de investigação foi criado em março pelo governador Elmano de Freitas (PT), em parceria com a Coordenadoria de Inteligência (Coin) e a Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer), para intensificar os esforços contra esses ataques.

Os ataques começaram em fevereiro e afetaram não só Caucaia, mas também São Gonçalo do Amarante, Horizonte e Caridade, resultando em interrupções significativas no fornecimento de internet. Empresas como Brisanet, Xconnect Telecom e A4 Telecom foram duramente impactadas. A Brisanet, por exemplo, teve dois de seus carros incendiados em Jacarecanga, na periferia de Fortaleza.

A Xconnect Telecom relatou três episódios de vandalismo: no primeiro, cortaram os cabos em 22 de fevereiro; no segundo, arrancaram as caixas dos postes em Sítios Novos no dia 24; e uma loja foi quebrada no dia 9 de março. A empresa Giga+ também não escapou, sofrendo um incêndio em sua loja no bairro Parque Soledade em 17 de março, resultado de uma ação coordenada por dois homens, um deles agindo como olheiro.

Esses ataques não só ameaçam a segurança das empresas, mas também o acesso à internet de milhares de cearenses, mostrando a importância de medidas contundentes para reverter essa situação alarmante.