Saúde

“Não é o fim”: paciente tratada no SUS supera câncer de intestino e inspira muitos

2025-03-31

Autor: Lucas

O câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal, é um dos tipos de tumor que mais crescem em diagnósticos no Brasil. As estimativas apontam que o número de casos deve aumentar de 50 mil para mais de 70 mil anualmente até 2040. No entanto, em meio a esse cenário alarmante, existem histórias impressionantes de superação que inspiram e mostram que a luta contra a doença é possível.

Carla Brasil Melo, uma produtora rural de 46 anos, residente em Luziânia (GO), é um exemplo de força e resiliência. “Aprendi que o diagnóstico não é o fim da linha. Pensei que fosse morrer sem realizar meus sonhos, mas fui atendida muito mais rápido do que imaginava”, compartilha ela, que recebeu um diagnóstico tardio, quando os sintomas já estavam mais avançados. O primeiro sinal foi uma cólica abdominal constante, acompanhada por mudanças no hábito intestinal.

Ela relatou que sempre teve problemas gastrointestinais e estava sendo tratada para refluxo. No entanto, em 2020, começou a sentir cólicas intensas e diarreia constante, o que a levou a buscar atendimento médico.

Sinais de alerta do câncer de intestino incluem:

- Presença de sangue nas fezes, que pode ser vermelho vivo ou escuro; - Alterações no hábito intestinal, como diarreia crônica ou necessidade urgente de evacuar; - Sintomas obstrutivos, como constipação persistente ou cólicas abdominais frequentes; - Fadiga, perda de peso e anemia crônica, que podem ser sinais inespecíficos.

Após insistir na realização de exames, Carla descobriu que estava com câncer de intestino através de um exame de sangue oculto nas fezes. “O que parecia ser um prognóstico fatal tornou-se superável graças ao atendimento rápido que recebi em hospitais como o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e o Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB)”, relata ela.

Em apenas três meses, Carla passou por cirurgia para remoção de 25 cm do intestino, e sua rápida recuperação a surpreendeu. “Tive sorte pelo acesso rápido ao tratamento. Meu câncer estava progredindo rapidamente e, se não tivesse agido a tempo, poderia não ter sobrevivido”, afirma.

O câncer colorretal é o terceiro mais comum no Brasil, afetando principalmente pessoas entre 60 e 70 anos, mas casos em pessoas mais jovens estão se tornando cada vez mais frequentes. O proctologista Bruno Martins, que atendeu Carla, alerta que a população jovem deve se atentar aos sintomas para um diagnóstico precoce.

“A detecção precoce do câncer colorretal resulta em altas taxas de cura. Entretanto, atualmente, uma em cada cinco pessoas diagnosticadas apresenta doença metastática, o que reflete as barreiras de acesso aos exames de prevenção”, explica Martins. Ele enfatiza que, além de sintomas como sangramento retal, algumas condições como obesidade e dieta pobre em fibras podem aumentar o risco de desenvolvimento da doença.

O tratamento oferecido pelo SUS, embora alinhado às diretrizes internacionais, enfrenta desafios como a lentidão na incorporação de novas drogas e o acesso fragmentado aos cuidados necessários. “Para o tratamento efetivo do câncer colorretal é essencial contar com uma equipe multidisciplinar”, ressalta Martins, que também menciona a importância dos centros de referência, como o HUB, que proporcionam bons resultados e têm graduado um número elevado de cirurgias e colonoscopias por mês.

Atualmente, Carla está em remissão, e isso se reflete em seu novo estilo de vida. Com uma rotina de exercícios e alimentação saudável, ela incentiva outros a prestar atenção em suas mudanças corporais. “Mudei completamente meus hábitos e agora digo a todos: tenham cuidado com a saúde intestinal. Não é uma bobagem”, recomenda ela.

As histórias inspiradoras como a de Carla confirmam que o câncer de intestino não precisa ser uma sentença de morte. Com o diagnóstico precoce e tratamento adequado, a vida pode ser retomada com normalidade. A mensagem de Carla ressoa forte: “Fiquem atentos ao corpo. Não subestimem os sinais”. Essa é uma clara chamada à saúde e à conscientização sobre a doença, essencial para salvar vidas.