As autoridades belgas rejeitaram o pedido do Príncipe Laurent para receber os mesmos benefícios de seguro social que são concedidos a outros cidadãos do país. Na visão do irmão mais novo do Rei Philippe, sua mesada anual de € 388 mil (equivalente a R$ 2,5 milhões) não é suficiente para cobrir suas despesas pessoais e profissionais.

A decisão da Justiça belga foi destacada pelo jornal britânico Daily Mail. O príncipe, que tem 61 anos, é primo de sexto grau do Rei Charles III, o atual monarca britânico. Essa relação genética coloca o príncipe em um grupo restrito da realeza europeia, onde laços familiares muitas vezes influenciam questões públicas e políticas.

Além da generosa mesada, o Príncipe Laurent não arca com custos de moradia, pois ele e sua família residem em apartamentos fornecidos pela Família Real da Bélgica. Apesar disso, ele fez um apelo ao governo local, solicitando benefícios direcionados a autônomos, o que gerou controvérsia.

Laurent justificou seu pedido ao afirmar que, por atuar parcialmente como autônomo devido a suas obrigações reais e ao seu trabalho na presidência de uma organização de bem-estar animal, deveria ser considerado para os mesmos benefícios que os empreendedores independentes no país. A ideia de associar seus interesses reais a um modelo de livre mercado não encontrou apoio nas instâncias judiciais.

Um tribunal de Bruxelas decidiu, na última quinta-feira (7 de abril), que o pedido era "infundado". De acordo com a corte, o príncipe não se encaixa nos critérios de autônomo nem de empregado, considerando que suas funções se assemelham mais às de um servidor público, categoria que não conta com um sistema geral de seguridade social no país.

O Príncipe Laurent é frequentemente visto como uma figura polêmica dentro da realeza belga. Em declarações passadas, ele revelou que sua "tristeza" no Reino da Bélgica era tão grande que pensou em se mudar para a Líbia. Além disso, ele tem defendido publicamente a Duquesa Meghan Markle e o Príncipe Harry, casal que sofreu severas críticas após abdicar de seus deveres reais na Grã-Bretanha.

Enquanto a realeza belga enfrenta desafios e debates sobre sua relevância, o caso do Príncipe Laurent levanta questões mais amplas sobre a relação entre monarquias e as expectativas financeiras da sociedade contemporânea. Será que a realeza ainda faz sentido no mundo atual?