Desde a sua fundação, os Estados Unidos sempre valorizaram a transição pacífica de poder, uma tradição democrática vital que, apesar de suas contradições, é um exemplo para o mundo. Essa prática, que passou por turbulências em 2021, enfrenta novos desafios em 2025.

Donald Trump, presidente eleito, aceitou se encontrar com o atual presidente Joe Biden, mas a futura primeira-dama, Melania Trump, quebrou a tradição ao recusar um encontro com Jill Biden. Essa é a segunda vez que Melania ignora essa prática, pois em 2020 ela não convidou Jill para um chá e uma visita à Casa Branca.

Os motivos para essas recusas não estão claros, mas fontes apontam que Melania não deve residir em Washington durante todo o segundo mandato de Trump, uma decisão que pode afetar a percepção pública sobre o papel da primeira-dama.

Historicamente, a tradição de receber a futura primeira-dama remonta a 1952, quando Bess Truman, esposa de Harry Truman, ofereceu um tour pela Casa Branca a Mamie Eisenhower, esposa de Dwight Eisenhower. Esse gesto estabeleceu uma amizade duradoura entre as duas, que mesmo após viúvas continuaram a se visitar. Essa interação é considerada essencial para humanizar o papel da presidência, conforme destacado pela autora Kate Andersen Brower em seu livro sobre as primeiras-damas.

Esse costume foi respeitado em 2016, quando Michelle Obama recebeu Melania Trump, promovendo uma transição amigável entre administrações. Este aspecto do protocolo é mais do que uma formalidade; ele simboliza o respeito e a continuidade da democracia.

O que está em jogo agora, com Melania quebrando a tradição novamente, pode ser um reflexo das tensões políticas e sociais atuais nos Estados Unidos, que já estão sob pressão após um período de polarização intensa. Como e se isso afetará a imagem pública da Casa Branca e o papel das futuras primeiras-damas é uma questão que certamente gerará discussão nos próximos anos.