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Netanyahu afirma que Hezbollah deve ser deslocado além do Litani após a resolução da ONU no Líbano

2024-11-03

Autor: Ana

Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, declarou neste domingo (3) que o movimento Hezbollah deve ser forçado a se afastar do rio Litani, independentemente da existência de um acordo de cessar-fogo. Netanyahu ressaltou a necessidade de impedir que o grupo, apoiado pelo Irã, se rearmasse.

"Com ou sem um acordo, a chave para o retorno seguro dos nossos cidadãos evacuados do norte é manter o Hezbollah além do Litani, desmantelar todas as suas tentativas de se rearmar e responder com firmeza a qualquer ataque contra nós," afirmou Netanyahu durante uma visita à fronteira israelense com o Líbano.

Localizado entre 20 e 30 km ao norte da fronteira de Israel, o rio Litani foi destacado pela Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que foi aprovada após o término da Guerra do Líbano em 2006. Essa resolução exigiu que o Hezbollah se retirasse do sul do Líbano após a retirada das tropas israelenses, mas essa promessa nunca foi cumprida. Essa situação tem sido utilizada por Israel como justificativa para a operação terrestre que começou em 30 de setembro, focada em alvos militares do Hezbollah, incluindo várias cidades, como a capital Beirute.

Além disso, o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, mencionou que o país poderia reconsiderar sua resposta aos ataques que Israel realizou em território iraniano, sugerindo uma possível alteração na postura, caso Netanyahu "considere um cessar-fogo". No entanto, não ficou claro se isso se aplicaria ao conflito na Faixa de Gaza ou às hostilidades no Líbano.

As tensões entre Israel e Irã aumentaram, resultando em bombardeios diretos entre os países. A relação já conturbada ficou ainda mais tensa após o início dos confrontos no Líbano.

Desde outubro de 2023, Israel e Hezbollah estão em um intenso conflito, com Israel realizando operações em solo libanês contra alvos do Hezbollah, que tem respondido com ataques regulares ao norte de Israel. Esses ataques se intensificaram após o acirramento do conflito na Faixa de Gaza, onde forças israelenses enfrentam o grupo terrorista Hamas, que também conta com o apoio do Irã.

Uma semana antes do início das operações terrestres, houve explosões de dispositivos de comunicação de membros do Hezbollah, ações atribuídas à inteligência israelense, o Mossad. Com o cenário de conflito se intensificando, fica a pergunta: qual será o impacto dessa escalada militar sobre a segurança da região?