Nação

Manuela d’Ávila se desfiliou do PC do B após mais de 20 anos de militância

2024-11-04

Autor: Julia

Na tarde do último domingo (3 de novembro de 2024), a ex-deputada federal Manuela d’Ávila anunciou sua desfilição do PC do B (Partido Comunista do Brasil), onde esteve por mais de 20 anos. A nota oficial do partido expressou respeito, mas também lamento pela decisão.

Recentemente, em declarações impactantes, Manuela revelou: “Depois de 25 anos em um único partido, não sou uma mulher sem partido por escolha, sou por falta de opções”. Essa fala reflete um sentimento crescente de insatisfação entre membros da esquerda brasileira em relação às diretrizes e à atuação de seus partidos.

Com uma trajetória política notável, Manuela d’Ávila foi eleita a vereadora mais jovem de Porto Alegre, aos 23 anos, e ingressou no PC do B por meio da UJS (União da Juventude Socialista). Embora tenha tentado por três vezes a prefeitura da capital gaúcha, ela alcançou sucesso em diversas outras etapas de sua carreira, incluindo:

- 2004: Vereadora (eleita);

- 2006: Deputada federal (eleita);

- 2008: Prefeita de Porto Alegre (perdeu);

- 2010: Deputada federal (eleita);

- 2012: Prefeita de Porto Alegre (perdeu);

- 2014: Deputada estadual (eleita);

- 2018: Candidata a vice-presidente (perdeu);

- 2020: Prefeita de Porto Alegre (perdeu).

Em 2018, Manuela foi escolhida como candidata a vice na chapa do atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), durante as eleições presidenciais, mostrando seu apelo popular e habilidade política.

A nota do PC do B destacou a importância de Manuela para o partido: “Manuela se formou no PC do B e se integrou ao elenco das lideranças da esquerda e do campo progressista brasileiro.” O texto ainda enfatizou que a legenda sempre acreditou que ela poderia desempenhar papéis relevantes na reconstrução do país, especialmente em tempos de intensas lutas de classes no Brasil e no mundo.

Por outro lado, a saída de Manuela constitui um sinal de alerta sobre a fragmentação da esquerda brasileira. Nas últimas eleições, muitos partidos enfrentaram dificuldades devido a divergências internas e à falta de uma agenda unificada que ressoe com as necessidades e preocupações da população.

A desfilição de Manuela d’Ávila, uma figura emblemática da política brasileira, levanta muitos questionamentos sobre o futuro da esquerda e a necessidade urgente de um novo projeto que una as vozes progressistas em um momento crítico da história do Brasil. Enquanto isso, o PC do B tem se preparado para o seu 16º Congresso, onde irá debater os desafios enfrentados pela esquerda e buscar revitalizar suas propostas, mantendo seu compromisso com a democracia e o socialismo.

Essa reconfiguração política será acompanhada de perto por analistas e pela população, que espera respostas eficazes aos problemas sociais do país.