O Brasil se despede de um grande atleta. Luiz Onmura, medalhista de bronze no judô durante os Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984, faleceu na noite dessa sexta-feira, 1º de dezembro, em Santos, São Paulo, aos 64 anos, após uma longa batalha contra um carcinoma espinocelular na língua. Onmura foi o primeiro judoca nascido no Brasil a conquistar uma medalha olímpica, quebrando um jejum de 12 anos desde a conquista do bronze por Chiaki Ishii em 1972.

Ele deixa sua esposa, Stefania Ribeiro Onmura, e as filhas, Giulia Onmura e Yumi Ribeiro Onmura. Em declarações emocionadas, o Presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Wanderley Teixeira, ressaltou a importância de Onmura na história do esporte: “Ele representou com honra as cores do Brasil, lutando bravamente pela vida e pelos valores do judô.”

O legado de Onmura transcende sua medalha. Além de ser uma inspiração para as futuras gerações de judocas, sua carreira também simbolizou um período de crescimento para o judô brasileiro, estabelecendo as bases para as conquistas que viriam nas décadas seguintes. O Diretor-geral do COB, Rogério Sampaio, campeão olímpico e ex-colega de Onmura, afirmou: “Hoje a comunidade do judô está de luto, mas também grata pelo exemplo de caráter e dedicação que Luiz nos deixou.”

Luiz Yoshio Onmura participou de três edições dos Jogos Olímpicos: Moscou 1980, Los Angeles 1984 e Seul 1988. Nos Jogos Pan-americanos, ele conquistou três medalhas de prata em San Juan 1979, Caracas 1983 e Indianápolis 1987, solidificando sua presença como um atleta de destaque no cenário continental. Com 7º dan no judô, Onmura também era um cidadão exemplar, atuando como policial civil aposentado, mostrando que o espírito de luta não se encontrava apenas nos tatames, mas também em sua vida profissional e pessoal.

O judô brasileiro perdeu um grande atleta, mas seu legado continuará a inspirar novos talentos no esporte. A comunidade esportiva e seus admiradores prestam homenagem a Luiz Onmura, lembrando de sua trajetória e do impacto que teve no judô e na vida de tantas pessoas.