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Latam levanta US$ 1,4 bilhão com oferta histórica de bonds

2024-10-01

A Latam Airlines fez história ao levantar impressionantes US$ 1,4 bilhão com a emissão de um bond de cinco anos, que será utilizado para pré-pagar dívidas, proporcionando um respiro financeiro ao alongar o prazo e reduzir custos. Essa movimentação é um marco significativo para a companhia, sendo a primeira vez que ela acessa o mercado internacional de dívida desde sua saída do Chapter 11 em 2022.

Convertendo expectativas em realidade, a emissão foi feita a um yield de 7,857%, um valor inferior ao inicialmente projetado, que girava entre 8,25% e 8,5%. Durante o bookbuilding, a demanda chegou a impressionantes US$ 7,4 bilhões, muito acima dos US$ 1,2 bilhão inicialmente estimados, levando a empresa a aumentar o volume em US$ 200 milhões devido ao apetite dos investidores.

Dentre os 270 investidores que participaram da transação, estavam hedge funds, fundos de crédito, seguradoras e fundos de pensão, com 15 ordens ultrapassando a marca dos US$ 100 milhões. Essa sólida demanda ilustra não apenas a recuperação da Latam, mas a crescente confiança dos investidores na companhia.

Os recursos obtidos serão direcionados principalmente para a quitação de dívidas, incluindo um term loan facility que vence em 2027, que apresenta um custo financeiro elevado, superando a faixa de dois dígitos. Essa decisão estratégica é parte do esforço da Latam para otimizar sua estrutura de capital e minimizar os encargos financeiros.

Desde que saiu da recuperação judicial, a Latam tem experimentado uma recuperação operacional robusta, reportando um lucro líquido em torno de US$ 400 milhões no primeiro semestre de 2023, em contraste com um prejuízo de quase US$ 1 bilhão no mesmo período do ano anterior. Esse resultado ressalta a resiliência e a agilidade da companhia em se adaptar às novas realidades do mercado.

O sucesso dessa emissão vem em um contexto de demanda crescente por yield nos mercados internacionais, impulsionada pelo início do ciclo de cortes de juros do Federal Reserve dos Estados Unidos. Além disso, a liquidez nos fundos de crédito tem aumentado, com investidores buscando alocar recursos antes das eleições americanas, o que acirrou a competição por oportunidades no mercado.

Empresas brasileiras como Eletrobras, Petrobras e Suzano também recentemente aproveitaram essa janela favorável de emissão de bonds, o que demonstra um ressurgimento na confiança do mercado em relação às empresas do país.

Com as mudanças no perfil da curva de juros americana, a atmosfera de investimento está se tornando cada vez mais propícia. Com o alongamento da curva de juros, agora as condições estão favoráveis para investimentos de maior risco. Os coordenadores desta emissora foram as instituições financeiras de peso: Citi (líder), Santander, JP Morgan e Deutsche Bank, apontando para um suporte financeiro robusto em um momento crítico para a Latam.