Saúde

Justiça Bloqueia R$ 2,5 Milhões de Dentista Após Casos Graves de Complicações em Lipo de Papada

2025-04-01

Autor: Fernanda

O caso de lipoaspiração de papada em Minas Gerais ganhou repercussão após pacientes relatarem sérias complicações de saúde. Essas complicações incluem infecções severas por bactérias resistentes, resultando em internações e tratamentos médicos prolongados e caros. Muitas vítimas convivem agora com cicatrizes que marcam permanentemente seus rostos e pescoços.

Segundo informações da Defensoria Pública, as vítimas foram atraídas por propagandas enganosas nas redes sociais, que destacavam a dentista como uma especialista em procedimentos estéticos, oferecendo cirurgias rápidas, indolores e sem riscos à saúde. Os preços oferecidos eram extremamente convidativos, o que chamou a atenção do público.

Entretanto, uma Ação Civil Pública revelou que a clínica realizava procedimentos cirúrgicos sem a avaliação prévia adequada e sem informar as pacientes sobre os riscos envolvidos. No pós-operatório, as únicas orientações eram para sessões de drenagem realizadas na própria clínica, o que levantou preocupações sobre a segurança do tratamento.

Entre os relatos de complicações, a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais (DPMG) destaca a ocorrência de edemas, caroços, febre intensa e dores severas, além de infecções que demandaram repetidas hospitalizações e administração contínua de antibióticos.

Adicionalmente, o caso trouxe à tona questões alarmantes sobre os riscos à saúde pública. As irregularidades nos procedimentos de esterilização de equipamentos utilizados na clínica resultaram em sucessivas interdições. Fiscalizações da Vigilância Sanitária identificaram a falta de higiene nas instalações, o que pode ter contribuído para um surto de micobactérias.

Diante da gravidade da situação, a Defensoria Pública identificou que as condutas ilícitas dos responsáveis pela clínica não só causaram danos diretos às pacientes, mas também geraram uma sobrecarga para os hospitais e unidades de pronto-atendimento públicos, visto que muitas das vítimas foram atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A Defensoria Pública tomou providências legais para proteger as vítimas e suas famílias, buscando: - O bloqueio imediato de bens dos réus, no valor de pelo menos R$ 2,5 milhões, para assegurar a reparação dos danos individuais e coletivos sofridos; - Uma indenização coletiva por danos morais, não inferior a R$ 500 mil, a ser destinado ao Fundo Municipal de Saúde de Belo Horizonte; - A condenação dos responsáveis pela clínica a indenizarem as pacientes pelos danos materiais, estéticos e morais decorrentes desses procedimentos.

Este é um alerta importante sobre a necessidade de cautela na escolha de clínicas de estética e a importância de verificar a credibilidade dos profissionais antes de se submeter a qualquer procedimento cirúrgico. É fundamental que o consumidor esteja bem informado sobre os riscos e sobre os cuidados a serem tomados.