As ações europeias despencaram, atingindo seu menor nível em 16 meses nesta segunda-feira (7). Isso acontece em meio ao temor de uma iminente recessão global impulsionada pela introdução de tarifas pelos Estados Unidos na semana passada.

O índice pan-europeu STOXX 600 registrou uma queda alarmante de 5,8% às 04h22 (horário de Brasília), marcando sua pior performance semanal desde o início da pandemia de COVID-19. As bolsas reagem negativamente à incerteza econômica, e a pressão vem de um lado cada vez mais complexo: as novas taras comerciais.

Na Alemanha, o índice DAX, altamente sensível aos impactos do comércio exterior, caiu 6,6%, com grandes bancos como Commerzbank e Deutsche Bank sofrendo perdas significativas de 10,7% e 10%, respectivamente. Além disso, setores que se beneficiaram de aumentos nos gastos militares, como o de armamentos, também foram prejudicados. A fabricante Rheinmetall viu suas ações despencarem 23,7%, enquanto outras, como Hensoldt e Renk, caíram entre 17% e 21%.

Especulações no mercado indicam que a taxa de depósito do Banco Central Europeu (BCE) pode cair para 1,70% em dezembro, um ajuste em relação aos 1,75% registrados na sexta-feira (4). As declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre tarifas foram recebidas com preocupação pelos investidores, levando a uma expectativa de cortes nas taxas de juros tanto pelo BCE quanto pelo Federal Reserve americano.

No último fim de semana, Trump não demonstrou sinais de recuo em sua posição frente à China, afirmando que os investidores “teriam que tomar seu remédio” e que não fará acordos até que o déficit comercial dos EUA seja solucionado.

No início desta segunda-feira, as bolsas asiáticas também enfrentaram grandes perdas, resultado do colapso do mercado em Wall Street na última sexta-feira (4) devido à reação da China ao novo tarifão. O índice CSI300, que inclui as maiores empresas da China, caiu impressionantes 5%, enquanto o yuan atingiu seu menor valor desde janeiro.

O índice Nikkei 225 de Tóquio, por sua vez, viu uma queda de quase 8% logo após a abertura do mercado, estabilizando em 7,1% à medida que os investidores processam a turbulência contínua.

Mesmo diante do caos financeiro, Trump parece estar tranquilo. De sua residência em Mar-a-Lago, Florida, ele foi fotografado jogando golfe após postar em suas redes sociais: “Esse é um ótimo momento para ficar rico”. Através de uma publicação em sua rede Truth Social, ele reafirmou que as tarifas estão trazendo bilhões de dólares para a economia americana. Para ele, a imposição de tarifas é a única solução para o déficit financeiro com a China e a União Europeia.

A situação gera preocupação entre os economistas, que alertam para os potenciais efeitos em cadeia que uma guerra tarifária prolongada pode desencadear, prejudicando o crescimento global e afetando a vida cotidiana de milhões de pessoas. Enquanto isso, as reações nos mercados continuam a evoluir, e a possibilidade de uma recessão global se torna um tema cada vez mais presente nas discussões econômicas.