Justiça Argentina Emite Mandados de Prisão Contra Brasileiros Foragidos dos Atos de 8 de Janeiro
2024-11-15
Autor: Gabriel
A Justiça da Argentina deu uma reviravolta no caso dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, ao emitir mandados de prisão contra 61 brasileiros que fugiram para o país. A informação foi confirmada por fontes da Justiça e da Polícia Federal do Brasil.
Até o momento, dois dos foragidos já foram capturados. Em junho, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro recebeu uma lista com mais de 180 nomes de indivíduos que buscavam abrigo na Argentina e em outras nações da América do Sul, como Paraguai e Uruguai.
Investigações revelam que muitos dos acusados, que participaram das invasões aos prédios dos Três Poderes, tentaram escapar pela Argentina e solicitaram refúgio lá como uma forma de evitar a prisão, uma vez que ordens já tinham sido expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a GloboNews, a Polícia Federal brasileira tem mantido um diálogo contínuo com as autoridades argentinas no intuito de localizar e devolver os condenados ao Brasil. Nos próximos dias, a Justiça argentina deverá ouvir os responsáveis pelos casos, início do processo de extradição dos foragidos, que ainda poderão apelar à Corte Suprema do país.
Recentemente, Manuel Adorni, porta-voz do governo liderado por Javier Milei, assegurou que a Argentina não tolerará "pactos de impunidade" e que irá respeitar as decisões do Judiciário brasileiro. Milei, conhecido por suas ligações com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também se vê envolvido nas investigações relativos aos atos de 8 de janeiro.
Neste contexto, o STF, sob a direção de Alexandre de Moraes, havia determinado a extradição dos foragidos em outubro de 2023, em resposta a um pedido da Polícia Federal.
Qualquer unidade policial na Argentina agora está autorizada a prender os indivíduos alvo das ordens de prisão. Os foragidos inicialmente acreditavam que sua condição de solicitação de refúgio os protegeria, mas uma recente mudança na legislação do país determina que não será concedido refúgio a pessoas acusadas ou condenadas por crimes graves em seus países de origem. Crimes como terrorismo e graves violações de direitos humanos foram categorizados entre os que inviabilizam a concessão de refúgio.
Informações da PF indicam que muitos dos procurados cruzaram a fronteira argentina de maneira clandestina, entrando em carros ou atravessando rios, ignorando os canais oficiais. A investigação não descarta a hipótese de que alguns foragidos tenham pedido asilo ou se deslocado para Uruguai e Paraguai, especialmente via Ponte da Amizade, que facilita a passagem entre os países.
Esse movimento das autoridades argentinas levanta a expectativa de um possível desfecho para o caso, que poderá impactar o cenário político do Brasil e a relação entre os países da região.