Nação

José Múcio sinaliza a Lula sua saída do governo e alerta sobre novo substituto 'paciente'

2024-12-19

Autor: Fernanda

Após dois anos na liderança do Ministério da Defesa, José Múcio Monteiro comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sua intenção de deixar o governo. Múcio foi escolhido ainda durante o período de transição com o objetivo de promover uma relação mais harmoniosa entre o governo e as Forças Armadas.

Questionado sobre sua possível saída, gravita a conversa com uma pitada de humor, afirmando que sua permanência depende do presidente. Contudo, fontes próximas ao ministro revelam que Múcio, aos 76 anos, expressa preocupações com sua saúde e tem sido incentivado pela família a cuidar de si mesmo.

Em conversas informais, o ministro comentou que o próximo ocupante da pasta deve ser alguém com um perfil "paciente". O nome mais cotado para a sua sucessão é o do atual vice-presidente, Geraldo Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Há planos de que Alckmin troque de pasta, um movimento que poderia trazer mais estabilidade ao Ministério da Defesa.

A escolha de um novo ministro é crucial, pois o cargo precisa ser ocupado por uma figura respeitada pelas tropas. Desde sua nomeação, Múcio enfrentou desconfiança em relação à sua relação com os militares, especialmente após investigações que revelaram tentativas de golpe que envolviam militares. Ele frequentemente defende que atos ilegais foram cometidos por indivíduos e não pela instituição como um todo, tentando preservar a imagem das Forças Armadas.

Embora a relação entre o governo e os militares esteja relativamente estável atualmente, Múcio descreve a dinâmica como uma relação que, embora civil, não é amigável.

Mudanças no Ministério da Defesa podem ser parte da reforma ministerial que Lula está considerando para a segunda metade de seu mandato. Além da Defesa, o presidente também examina mudanças na Secretaria de Comunicação Social, atualmente sob a responsabilidade do ministro Paulo Pimenta, com o qual expressou insatisfação.

Recentemente, a Marinha gerou polêmica ao divulgar um vídeo em homenagem ao Dia do Marinheiro, que foi interpretado como uma crítica ao envolvimento das Forças Armadas em questões fiscais. O vídeo foi retirado das redes sociais da Marinha após gerar desconforto.

O governo decidiu que todas as campanhas publicitárias ligadas às Forças Armadas deverão ser submetidas ao Ministério da Defesa para aprovação, como uma forma de evitar a politização das instituições militares. Essa medida reflete a preocupação da administração de Lula em manter a integridade e a neutralidade das Forças Armadas frente à política do país.