Crise do Dólar: Uma Luta Entre Ricos e Pobres e Seus Verdadeiros Causas
2024-12-20
Autor: Fernanda
Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central, está certo: a recente flutuação do mercado cambial não é resultado de um ataque especulativo, mas sim de conflitos entre diferentes classes sociais no Brasil. Essa análise se distancia da narrativa alarmante promovida por alguns políticos do PT e alucinações semelhantes que passaram a se multiplicar na gestão de Lula.
Especulação, como sabemos, ocorre quando há uma expectativa real de que o governo se renderá à pressão do mercado por falta de reservas suficientes. Quando há reservas adequadas, os investidores, incluindo os especuladores, preferem não se arriscar em um cenário onde perder dinheiro é a única certeza.
Além disso, o Banco Central tem agido ativamente para controlar a cotação do dólar, usando seu arsenal de reservas. Na última quinta-feira (19), por exemplo, o BC injetou R$ 5 bilhões em um único leilão de câmbio, uma ação que teve impacto significativo no valor da moeda americana. Esse tipo de intervenção pode ser necessário de tempos em tempos, mas é importante notar que a partir do total de R$ 20 bilhões usados recentemente, a porcentagem ainda é baixa em relação ao total das reservas.
A pressão no mercado cambial também é influenciada por um aumento atípico nas remessas de divisas para o exterior, principalmente movimentos relacionados a dividendos e realocações de portfólio. O governo Lula anunciou novas medidas de tributação mínima para rendas elevadas, o que gerou instabilidade e uma precaução das altas rendas que buscam escapar da imposição tributária. Essa pressão no mercado está claramente relacionada ao movimento de capital e à especulação que não está aparecendo na narrativa oficial.
Em termos fiscais, é verdade que o Brasil passa por desafios, mas rotular a situação atual como uma "crise fiscal" é exagerado. As contas públicas mostram sinais de melhora, com previsões para 2024 indicando um crescimento do PIB e um déficit fiscal que não é alarmante. A dívida pública bruta pode estar aumentando, mas isso se deve principalmente aos altos juros que o Tesouro Nacional precisa oferecer para manter sua dívida em controle. Comparada a outros países, a dívida brasileira ainda está sob controle.
Entretanto, os problemas estruturais permanecem. O sistema de gastos públicos é burocrático e ineficaz, com muitos benefícios fiscais que não trazem retorno significativo. O governo enfrenta um Congresso hostil que, ao invés de ajudar, aumenta a pressão fiscal com propostas que elevam gastos sem aumentar receitas.
Enfim, a situação econômica atual reflete uma luta mais profunda entre os ricos e os pobres. O presidente Lula entrou em cena prometendo incluir os mais desfavorecidos no orçamento e taxar os mais ricos, mas agora a realidade está mostrando que essas promessas enfrentarão barreiras significativas. Na ponta do lápis, é preciso reavaliar as políticas econômicas e a distribuição de recursos no Brasil para evitar que essa luta continue uma batalha sem fim.