Os irmãos Menendez, Lyle e Erik, condenados pelo brutal assassinato dos pais em 1989, estão mais próximos de conquistar a liberdade após 30 anos atrás das grades. Na última quinta-feira (24), o promotor de Los Angeles, George Gascón, anunciou a solicitação para reavaliar as sentenças dos irmãos, que pode levá-los à liberdade condicional, refletindo novas evidências e um crescente apoio público.

A violência do crime chocou os Estados Unidos: os irmãos, então com 18 e 21 anos, mataram seus pais, Kitty e José Menendez, com várias disparos em sua mansão em Beverly Hills. Após o crime, compraram ingressos para um filme, o que levantou suspeitas de que tentavam criar um álibi.

José Menendez, além de ser um renomado executivo da indústria musical, fugiu da Revolução Cubana e se destacou ao promover artistas latinos, como a famosa banda Menudo. A imagem de uma família perfeita foi destruída após o crime, que expôs uma série de abusos alegadamente cometidos pelo pai contra os filhos, corroborados agora por novas evidências e testemunhos.

O caso ganhou nova luz após o sucesso da série da Netflix "Monstros - Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais" e do documentário "O Caso dos Irmãos Menendez", ambos contribuindo para uma onda de apoio nas redes sociais. Uma das novas evidências mais impactantes é um testemunho de Roy Rosselló, ex-integrante do Menudo, que revelou ter sido vítima de abuso sexual por parte de José Menendez na adolescência, pedindo a liberdade para os irmãos.

Através de uma carta revelada recentemente, escrita por Erik em 1988, os irmãos descreveram os abusos que sofriam desde pequenos, intensificando a narrativa de que seus atos foram motivados pelo medo de violência. Durante o primeiro julgamento em 1993, as declarações sobre os abusos foram negadas pelo tribunal, mas o discurso em torno do caso evoluiu nas últimas décadas, especialmente com o aumento da conscientização sobre a violência doméstica e o trauma das vítimas.

A atual proposta do promotor Gascón de reavaliar a sentença dos Menendez reflete uma mudança na disposição das autoridades, que reconhecem que os irmãos "já pagaram sua dívida com a sociedade". Embora a proposta sugira que a nova sentença pode ser de prisão perpétua com possibilidade de liberdade condicional, a decisão final caberá à Justiça.

Mais de 20 membros da família apoiaram a luta dos irmãos pela liberdade, entregando uma carta em apoio à reavaliação de suas sentenças. George Gascón, que se prepara para a reeleição e enfrenta um candidato conservador, afirma que suas motivações são puramente jurídicas.

Resta saber se a Justiça irá acatar o pedido de liberdade condicional, mas a expectativa é de que o comportamento exemplar dos irmãos na prisão possa contar a seu favor durante essa avaliação. A luta pelos detalhes e pela verdade continua, enquanto o público acompanha atentamente mais este desdobramento de um caso que permanece um dos mais controversos da história criminal americana.