Pacientes enfrentam longas esperas na UPA de Feira de Santana; respostas do prefeito e do superintendente do estado
2024-11-04
Autor: Pedro
Na manhã desta segunda-feira (4), a UPA Estadual de Feira de Santana virou palco de indignação, com pacientes relatando longas esperas para atendimento médico. Rodinei Cerqueira Ferreira e sua esposa, Maria Edileuza Freitas de Oliveira, se viram na linha de frente dessa situação ao acompanharem seu filho, Gabriel Oliveira Ferreira, de 16 anos, que necessita de avaliação clínica.
Rodinei contou que a espera pelo atendimento começou na última sexta-feira (1º), quando chegaram à UPA às 3h da manhã.
“Estou aqui desde sexta-feira tentando atendimento para o meu filho. Ele precisa ser visto por um cirurgião. Já procurei em várias unidades, mas só têm atendido aqui. Entretanto, desde então, ainda não consegui atendê-lo. Eles disseram que o cirurgião esteve presente, mas não pode fazê-lo ser atendido”, desabafou Rodinei, ressaltando que o filho sofre de dores intensas nos testículos e precisa urgentemente de uma avaliação.
A situação se agrava para essa família, que enfrenta a frustração de buscar atendimento em diversas unidades de saúde sem sucesso. Rodinei, que trabalha como segurança, expressou sua preocupação com a saúde do filho e a pressão da situação, afirmando: “Só saio daqui quando meu filho for atendido”.
Maria Edileuza também manifestou a angústia diante da situação: “Precisamos de um sistema de saúde que funcione. Só vou sair daqui quando meu filho for atendido”.
As dificuldades de atendimento na UPA não são exclusivas da família Ferreira. Outros pacientes, como Marcelo Falcão, um chefe de cozinha, também enfrentaram situações críticas. Após uma infecção resultante de um corte no dedo, ele foi internado por 13 dias. Quando retornou à UPA devido à dor intensa, foi informado da falta de médicos.
“Cheguei na UPA em busca de atendimento e não consegui ser atendido. É angustiante saber que estou com um problema sério e não encontro a ajuda que preciso”, lamentou Marcelo.
Ana Rita dos Santos e seu marido, que faz hemodiálise, também relataram a luta para conseguir atendimento. Ana Rita chegou à UPA no domingo, mas seu marido ficou sem diagnóstico por dias, mesmo enfrentando fortes dores.
“Foi um esforço imenso para que meu marido fosse atendido e, mesmo assim, ainda não sabemos o que ele tem”, acrescentou Ana Rita, criticando a estrutura e o suporte do sistema de saúde.
Diante das queixas, Karlos Figueiredo, superintendente de Atenção Integral à Saúde do Estado, deu esclarecimentos em entrevista ao Acorda Cidade. Ele negou que faltassem médicos, afirmando que a equipe estava presente e cumprindo seus horários.
No entanto, Figueiredo reconheceu que é comum ocorrer um aumento na demanda por atendimentos em determinados dias e justificou que muitos pacientes são redirecionados para a UPA porque não recebem o atendimento devido nas unidades municipais.
O prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins, também comentou a situação. Ele ressaltou que as UPAs do município nunca fecham as portas, em contrapartida, criticou a regulação de pacientes do Estado, afirmando que a lentidão nos processos já causou fatalities.
“A regulação precisa ser mais rápida e eficiente. Se não há lugar, encontramos um espaço para atender as pessoas. Não podemos deixar os pacientes sem assistência”, afirmou o prefeito.
Além disso, foi abordada a questão dos salários em atraso dos médicos, onde Colbert se comprometeu a investigar a situação.
É evidente que a situação na saúde pública de Feira de Santana requer atenção urgente e soluções práticas para evitar que mais pacientes e suas famílias passem por esse sofrimento.
A quantidade de atendimentos em UPAs tem sido um tema recorrente em discussões na cidade. Com a superlotação e a carência de recursos humanos e estruturais nas unidades de atendimento, muitos cidadãos têm clamado por melhorias e um planejamento mais eficaz no sistema de saúde local.