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Inflação no Brasil: O Que Esperar do Relatório do Banco Central e do Mercado de Trabalho

2024-09-26

O Banco Central do Brasil dará importante passo nesta quinta-feira (28) ao divulgar o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) às 8h, horário de Brasília. Esse relatório é crucial para entender as próximas movimentações do ciclo de aperto monetário, especialmente após a divulgação do IPCA-15, que trouxe uma desaceleração inesperada em setembro, com o índice subindo apenas 0,13%, contra 0,19% em agosto. A mediana das previsões do mercado apontava um aumento de 0,3%.

A análise do economista Lucas Barbosa, da AZ Quest, sugere que este número pode oferecer um alívio temporário, mas alerta que os riscos permanecem majoritariamente altistas, principalmente por conta de questões relacionadas à energia e alimentação.

Além do RTI, outros dados importantes também serão divulgados, como a pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) nos dias seguintes. Esses dados são essenciais para avaliar a saúde do mercado de trabalho no Brasil.

Nos EUA, a atenção estará voltada para a divulgação do PIB do segundo trimestre e o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que pode influenciar as políticas monetárias.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participará de uma reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) e discutirá a situação econômica ao lado de representantes da Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos (ABIPAG).

À tarde, o presidente Lula retornará ao Brasil para uma série de compromissos importantes, como encontros com ministros e governadores para assinatura de projetos relacionados ao Programa BNDES Invest Impacto.

No campo internacional, os índices futuros dos EUA estão em alta, impulsionados por expectativas de comentários animadores do Fed, enquanto a Ásia-Pacífico também encerrou o dia em alta, com foco no setor imobiliário da China. Pequim prometeu implementar mais medidas de estímulo para combater a desaceleração econômica.

Ainda sobre a política nacional, a aprovação de um novo acordo entre a União Europeia e Mercosul é uma agenda prioritária para Lula, que expressou otimismo em relação à finalização desse pacto. Além disso, o presidente voltou a enfatizar a necessidade de uma reforma na Organização das Nações Unidas (ONU), buscando uma maior representatividade para a América Latina e a África no Conselho de Segurança.

Neste contexto, o cenário econômico brasileiro segue tenso, com a necessidade de controle das contas públicas e revisões em programas sociais necessárias para assegurar um orçamento equilibrado para 2025. Assim, todas essas movimentações — desde a inflação até a política fiscal — prometem agitar o mercado nos próximos dias.