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Tragédia: Família brasileira sofre com ataques de Israel no Líbano, resultando em duas mortes

2024-09-26

A situação no Líbano se tornou ainda mais devastadora após os ataques militares de Israel contra o Hezbollah, resultando na confirmação da morte de uma segunda vítima brasileira. A família de Myrna Raef Nasser, de apenas 16 anos, comunicou nesta quinta-feira (26) a trágica perda da adolescente.

Myrna, que nasceu em Santa Catarina, estava com a família no Vale do Bekaa quando o imóvel em que se encontrava foi atingido por um bombardeio, enquanto tentava recuperar alguns pertences. Segundo seu tio, Ali Nasser, a jovem sempre se destacou nos estudos e era uma fonte de alegria para todos ao seu redor. “Ela era uma aluna exemplar, adorava estudar. Era uma menina maravilhosa”, lamentou o tio.

Antes de Myrna, Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, também brasileiro, havia perdido a vida na mesma região, durante os ataques que ocorreram na segunda-feira (23). Ele estava acompanhado do pai, de nacionalidade paraguaia, quando a tragédia aconteceu. Enquanto isso, seus dois irmãos conseguiram escapar do Líbano e devem retornar ao Paraná, onde reside o restante da família.

A jovem piloto da situação, Zahraa Farhat, uma fisioterapeuta que vive no Líbano com a família, compartilhou sua angustiante experiência: "Não há mais lugar seguro. Tentamos manter a calma, mas a situação é muito triste e assustadora.” Ela viveu momentos de pânico na semana passada, durante uma explosão em Beirute, e fugiu para a segurança em outra cidade.

O agricultor Hussein Zein Eddin, que se encontra no Líbano para visitar familiares, relatou a perda de nove parentes em bombardeios e sua luta para retornar ao Brasil, enfrentando dificuldades na compra de passagens aéreas. “As companhias aéreas têm cancelado os voos, e não consigo encontrar uma maneira de sair daqui”, explicou.

Enquanto isso, Najla, que vive no Brasil, mantém a esperança e a preocupação em relação ao marido e aos filhos, que estão em constante mudança de abrigo para escapar dos ataques. “É angustiante não saber onde eles estão. A comunidade local tem sido solidária, mas a situação é insustentável”, afirmou Najla Amorim, que aguarda ansiosamente por notícias.

O Itamaraty do Brasil assegurou que ainda há a possibilidade de deixar o Líbano em voos comerciais, apesar de alguns cancelamentos. A embaixada em Beirute está avaliando as solicitações de ajuda e podendo organizar uma operação de resgate caso a situação se agrave ainda mais, como já ocorreu em confrontos anteriores.

Essa tragédia coloca em evidência a necessidade urgente de um cessar-fogo e um diálogo que busque restabelecer a paz em regiões devastadas por conflitos armados. O impacto na vida das famílias é imenso e a luta pela sobrevivência continua.