Ciência

Incrível descoberta da UFMG: planeta orbitando estrela jovem confirmado em disco circunstelar

2024-09-20

Uma pesquisa revolucionária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) acaba de revelar a existência de um planeta orbitando o disco circunstelar de uma estrela jovem. A astrofísica Bonnie Zaire, atuando como pós-doutoranda no Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas (ICEx), fez essa impressionante descoberta com a ajuda do telescópio SPIRou, localizado no cume de um vulcão no Havai, a mais de 4.000 metros de altitude.

O planeta, inicialmente classificado como um "candidato a planeta", está orbitando a estrela GM Aurigae, uma estrela T Tauri localizada a 521 anos-luz do nosso Sol. A detecção foi publicada recentemente na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society e é apenas a segunda vez na história que um planeta é observado em um disco protoplanetário de uma estrela jovem, uma descoberta que pode mudar nossa compreensão sobre a formação planetária.

O planeta GM Aurigae b tem uma massa similar à de Júpiter, mas se destaca por ser um "Júpiter quente", girando muito mais perto de sua estrela do que o nosso Júpiter em relação ao Sol. Para se ter uma ideia, ele está a cinco vezes menos distância que Mercúrio em relação ao Sol, o que o torna um objeto fascinante para estudo.

Essa descoberta é especialmente significativa, pois, atualmente, apenas três planetas estão conhecidos em estágio inicial de formação dentro de discos protoplanetários. O papel do disco de gás e poeira em torno da GM Aurigae é fundamental para entender como planetas estão se formando no universo, e o trabalho de Bonnie pode abrir novas possibilidades para teorias existentes sobre essas formações.

Bonnie Zaire explica que o estudo dessa estrela jovem é essencial para elucidar como o nosso Sol se originou e como poderia evoluir no futuro. Ela mencionou que a estrela GM Aurigae tem apenas 1,5 milhão de anos de idade, enquanto o Sol possui cerca de 4,5 bilhões de anos.

Para chegar a essa conclusão, a astrofísica utilizou técnicas avançadas de medição da velocidade radial, permitindo perceber que a estrela não orbita perfeitamente, mas apresenta pequenas oscilações, sugerindo a presença de um corpo massivo. Estas oscilações são indicativas da influência gravitacional do planeta em formação e mostram como métodos científicos modernos estão sendo utilizados para avançar o conhecimento sobre o cosmos.

Além disso, Bonnie Zaire contou com a colaboração de pesquisadores de vários países, incluindo França, Países Baixos, Hungria, Taiwan e Alemanha, destacando a importância de um esforço colaborativo em ciência. Como parte do consórcio SPIRou Legacy Survey, a pesquisa teve a contribuição de várias instituições, demonstrando a relevância global do trabalho realizado.

E as notícias não param por aí! Bonnie, que já está no caminho para se tornar professora adjunta na UFMG, está agora interessada em aperfeiçoar ainda mais seus métodos de pesquisa sobre a GM Aurigae b, visando aprofundar o conhecimento relativo à massa e à órbita do planeta.

As descobertas de Bonnie Zaire são um testemunho do potencial da pesquisa em astrofísica brasileira e colocam a UFMG na vanguarda das investigações sobre a formação de sistemas planetários. Essa nova descoberta poderá não só alimentar as teorias sobre planetas em formação, mas também inspirar a próxima geração de astrofísicos a continuar explorando os mistérios do universo.