Esportes

Vasco trabalha para reduzir despesas e aponta para decisão sobre novo controlador da SAF somente em 2025

2024-09-16

O Vasco da Gama segue em um momento delicado, tentando equilibrar suas finanças enquanto negociações fundamentais para o futuro do clube estão em andamento. A situação se torna ainda mais complexa devido à disputa acionária, onde a A-CAP detém 31% da 777 Partners, enquanto o Vasco possui 30%, resultantes de um acordo celebrado em 2022. Os 39% restantes estão em meio a uma arbitragem na FGV, que foi suspensa após pedido do clube e da seguradora. As conversas internas sugerem que uma solução para a situação da equipe de futebol só deve acontecer após o encerramento de 2024.

O presidente Pedrinho está empenhado em buscar um novo investidor para a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube. O cenário inicial previsto era a rescisão do contrato de investimento e do acordo de acionistas com a 777 Partners, mas os representantes americanos desejam manter o controle e o que foi assinado em 2022. A direção do Vasco alega múltiplas violações contratuais e irregularidades, incluindo atrasos e transações financeiras consideradas impróprias, como a movimentação de verbas da SAF para empresas associadas à 777.

Na última reunião do Conselho Deliberativo, Pedrinho confirmou que o clube conseguiria manter as contas com os salários pagos em dia até o final de 2024. Ele afirmou que a SAF possui receita para operar e garantiu que, em caso de dificuldades, honraria os compromissos financeiros. Porém, o clube enfrenta uma real crise financeira, necessitando de aportes que não têm ocorrido, como o que estava previsto para setembro, quando o Vasco deveria ter recebido R$ 300 milhões.

A situação é crítica e o horizonte de 2025 é preocupante. O clube pode enfrentar um 'transfer ban' por dívidas pendentes com jogadores como Puma Rodríguez e Paulinho, e a escassez de recursos se intensifica com o início do Campeonato Carioca. Apesar disso, a diretoria tem realizado esforços para equilibrar as contas, como a antecipação de receitas, incluindo um montante de R$ 40 milhões pela venda de Marlon Gomes e os R$ 22,85 milhões já arrecadados na Copa do Brasil, onde o Vasco atingiu a semifinal pela primeira vez em 13 anos.

No que diz respeito à geração de receitas, o Vasco firmou contrato com o patrocinador Viva Sorte até o fim de 2025 e planeja renegociar com a Betfair e outras parcerias visando melhorias financeiras. Além disso, há planos para reforma do Estádio São Januário, que deve ser iniciada no final de 2024.

A administração atual também busca alternativas como a venda dos naming rights do novo São Januário. O empresário José Roberto Lamacchia já havia demonstrado interesse em adquirir esses direitos, embora atualmente a situação permaneça indefinida. Os dirigentes do Vasco são cautelosos, mas otimistas com relação ao futuro, focando em resolver as pendências atuais para garantir a estabilidade do clube em um momento desafiador.