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Haddad em Nova York: 'O mercado não esperou para falar sobre desbloqueio de recursos'

2024-09-23

Em um evento recente em Nova York, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o mercado financeiro 'nem esperou' pelas explicações oficiais a respeito da diminuição dos recursos congelados no orçamento brasileiro, que caiu de R$ 15 bilhões para R$ 13,3 bilhões. A apresentação de um relatório detalhado sobre receitas e despesas do 4º bimestre estava programada para a próxima segunda-feira, mas os dados já haviam sido divulgados na última sexta-feira, em conformidade com o prazo estipulado para a entrega ao Congresso Nacional.

Haddad destacou que as notícias foram positivas tanto para as receitas quanto para as despesas, manifestando otimismo diante da situação econômico-financeira do país. 'O mercado, ao ver os dados, viu apenas boas notícias', assegurou o ministro durante a coletiva. No entanto, essa decisão de desbloquear recursos também gerou uma onda de críticas entre economistas e diversos especialistas do setor financeiro, que esperavam uma ampliação dos valores congelados.

Além de discutir o desbloqueio, Haddad manifestou sua expectativa de que o Brasil suba mais um nível em seu rating junto às agências de classificação de risco até 2025. Atualmente, o país se encontra a apenas dois níveis de distância de recuperar o tão desejado grau de investimento otorgado pelas principais classificadoras, como Moody's, S&P e Fitch Ratings. 'Estamos recuperando patamares perdidos e, ao longo dos últimos anos, tivemos ótimas notícias que nos colocam mais próximos desse selo de bom pagador', afirmou.

O ministro também falou sobre a atração de investimentos estrangeiros, ressaltando que a retomada do crescimento econômico é chave para isso. 'Após uma década sem crescimento e acumulando déficits, este ano promete ser o melhor em termos de resultados econômicos', disse. Ele criticou as políticas passadas, mencionando práticas que influenciaram negativamente a imagem do Brasil.

Em busca de fortalecer as relações internacionais, Haddad relatou a assinatura de um acordo de cooperação de alto nível com os Emirados Árabes Unidos. Este acordo poderá facilitar investimentos significativos no Brasil, com um fundo de US$ 30 bilhões destinado a iniciativas voltadas às alterações climáticas. O ministro argumentou que os Emirados buscam uma nova relação com a Receita Federal brasileira para não serem mais considerados um paraíso fiscal, o que implica em taxas de tributação mais altas e regras mais rígidas de conformidade.

Por fim, Haddad destacou que o país está avançando nas negociações com a China para um acordo semelhante e expressou a esperança de que a proposta de regulamentação do mercado de crédito de carbono no Brasil seja aprovada ainda este ano, carta na manga importantíssima diante das novas exigências globais para o desenvolvimento sustentável.