A Minerva Foods acaba de conquistar uma vitória significativa ao obter a aprovação unânime do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para adquirir uma série de frigoríficos da Marfrig. A decisão, que foi tomada por todos os conselheiros do CADE com um voto de 6 a 0, representa um marco importante na indústria de carnes no Brasil.

Anunciada em 28 de agosto de 2022, essa transação, avaliada em impressionantes R$ 7,5 bilhões, se destaca como o segundo maior M&A (fusões e aquisições) da história do setor frigorífico brasileiro, atrás apenas da histórica aquisição do Grupo Bertin pela JBS em 2009.

A aquisição da Marfrig transformará a Minerva em um gigante do setor na América do Sul, garantindo a ela cerca de 30% do market share nas exportações de carne bovina da região. Este movimento coloca a Minerva em uma posição extremamente competitiva, especialmente em um mercado que está em constante evolução.

Desde o anúncio da transação, o processo de aprovação pelo CADE gerou grande expectativa entre investidores e stakeholders, prolongando-se por mais tempo do que a companhia teria desejado. A Minerva, para assegurar essa aprovação, concordou em vender uma unidade localizada em Pirenópolis (GO), que anteriormente fazia parte da Marfrig, mas que está desativada desde 2010 e não possui quaisquer equipamentos operacionais.

Dessa forma, a empresa não terá que se desfazer de ativos produtivos, mas de um imóvel que já não é utilizado. A exigência do CADE em relação à venda da planta em Pirenópolis foi motivada pela preocupação com a possibilidade de concentração excessiva no abate de bovinos em Goiás, um estado estratégico na produção de carne.

Além da restrição imposta à Marfrig, que não poderá realizar aquisições em estados onde vendeu suas unidades, o órgão antitruste também permitiu que a empresa amplie a capacidade de seus complexos industriais em Várzea Grande (MT) e Promissão (SP). Esta flexibilidade demonstra uma abertura por parte do CADE para que a Marfrig busque crescimento em outras regiões, ampliando suas operações e participação no mercado.

Muitos especialistas acreditam que esse movimento tende a fortalecer ainda mais o setor frigorífico brasileiro, que já é um dos maiores do mundo. Essa fusão pode resultar em uma maior eficiência operacional e ainda mais competitividade no mercado internacional. Além disso, as empresas continuarão a manter um contrato de fornecimento de carne entre elas, garantindo uma relação comercial que pode beneficiar ambas as partes a longo prazo.

Com essas mudanças, o mercado de carnes no Brasil pode estar se preparando para uma nova era de transformação e crescimento. Fique atento, pois esse tema ainda renderá muitas discussões e análises nos próximos meses!