Nação

Governo Analisa Retorno do Horário de Verão: Ministro Expressa Cautela

2024-09-19

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) fez uma recomendação nesta quinta-feira (19) sobre a volta do horário de verão em 2024. Se a proposta for aceita, os relógios seriam adiantados em uma hora logo após as eleições municipais.

O governo vê essa mudança como uma estratégia para deslocar o pico de consumo elétrico para períodos em que há maior geração solar. Isso, segundo os especialistas, diminui a necessidade de acionar usinas termelétricas, que são mais caras e poluentes. Assim, a economia estimada seria de aproximadamente R$ 400 milhões durante a vigência do horário de verão.

O ministro Alexandre Silveira, que participou de uma coletiva de imprensa, explicou que a decisão ainda está sendo avaliada e que ele não está completamente convencido da necessidade dessa mudança, apesar da recomendação do comitê. "Precisamos considerar outras alternativas, como o adiantamento de linhas de transmissão e mudanças operacionais na usina de Belo Monte", disse Silveira.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá a palavra final sobre essa questão, que transcende aspectos técnicos e envolve também questões políticas, dado que o horário de verão pode afetar a rotina da população.

Além disso, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) pediu medidas para garantir a segurança no fornecimento de energia durante horários de pico, e a decisão sobre a implementação do horário de verão deve ser definida nos próximos dez dias.

Uma das principais justificativas por trás da proposta é a adaptação às mudanças climáticas. O aumento da temperatura e a variabilidade nas chuvas têm impacto direto na geração de energia, especialmente em um país que depende tanto de usinas hidrelétricas. O cenário atual exige uma estratégia que considere a variabilidade climática e a crescente demanda energética.

É importante lembrar que o horário de verão foi encerrado em 2019 pelo governo de Jair Bolsonaro, que alegou que os benefícios eram baixos em comparação com o custo e que a economia de energia não justificava sua adoção. No entanto, durante a crise hídrica de 2021, houve discussões sobre a possibilidade de retomar a prática.

Se a medida for aprovada, ela terá um impacto significativo na forma como os brasileiros percebem o consumo de eletricidade e também poderá aliviar a pressão sobre o sistema elétrico, especialmente em um período de renovação política e mudanças nas práticas de consumo.