G20 em crise: Diplomatas lutam por consenso em meio a tensões climáticas, tributárias e geopolíticas
2024-11-16
Autor: João
No último sábado, diplomatas do Grupo dos 20 (G20), que inclui as principais economias mundiais, enfrentaram desafios significativos em tentar unir posições divergentes sobre financiamento climático, a taxação de grandes fortunas e a crise na Ucrânia, enquanto negociavam uma declaração conjunta para a cúpula. A cúpula do G20, programada para ocorrer no Rio de Janeiro, promete ser um marco importante no cenário político global.
À medida que a COP29 da ONU avança, com negociações sobre as contribuições financeiras dos países mais desenvolvidos para o combate às mudanças climáticas, a pressão sobre os líderes da cúpula é intensa. A esperança é que uma declaração forte possa fornecer o ímpeto político necessário para um acordo que beneficie o planeta.
Entretanto, quatro diplomatas envolvidos nas discussões relataram um impasse reiterado: países desenvolvidos insistem que nações em desenvolvimento mais ricas devem assumir sua parte na luta contra o aquecimento global, enquanto a maioria dos países em desenvolvimento argumenta que a responsabilidade deve recair sobre as nações mais ricas, historicamente os maiores poluidores.
Esta situação se complica ainda mais com a possível reeleição do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que já sinalizou intenção de retirar novamente seu país do Acordo de Paris, o que poderia minar os avanços climáticos necessários.
Além disso, a guerra da Rússia na Ucrânia permanece um tema delicado nas discussões do G20, especialmente considerando a escalada do conflito em Gaza, que intensificou as divisões geopolíticas entre seus membros. Os sherpas do G20 tentaram evitar discussões sobre conflitos armados em reuniões anteriores, mas agora consideram limitar qualquer menção ao conflito a um parágrafo que reforce os princípios da ONU e a necessidade de paz, seguido de menções separadas sobre a Ucrânia e a Palestina.
A proposta de taxação dos super-ricos, defensada pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, outro ponto controverso nas negociações, encontrou resistência inesperada. A Argentina, sob a nova liderança de Javier Milei, que visitou Trump recentemente, se opôs à inclusão dessa proposta no comunicado final, o que representa um golpe para as esperanças de Lula de avançar com essa agenda.
Fontes próximas às negociações indicaram que os delegados argentinos estão buscando uma forma de suavizar a menção à taxação dos ricos, sugerindo que ela apareça apenas com um aviso que indique a falta de apoio argentino.
À medida que a cúpula do G20 se aproxima, as tensões politicas e econômicas que surgem não poderão ser ignoradas. Assim, as expectativas permanecem elevadas para que os líderes das principais economias mundiais encontrem um terreno comum em questões que impactam todo o globo.